Duas cirurgias de captação de órgãos foram feitas em Cacoal (RO) na última semana. Os procedimentos aconteceram em menos de 24 horas de diferença um do outro, fato inédito em Rondônia. Ao todo, quatro rins, quatro córneas e dois fígados foram capturados, quantidade que, segundo a Central Estadual de Transplantes (CET), pode salvar até 10 vidas.
A primeira cirurgia foi realizada no Hospital Regional de Cacoal (HRC), na quinta-feira, 30 de setembro. O paciente era um jovem de 14 anos, natural do município de Vale do Paraíso, que foi vítima de um Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE). Os órgãos foram direcionados para pacientes do Distrito Federal, Pará e Rondônia.
A segunda cirurgia aconteceu na madrugada de sexta-feira (1º), no Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (Heuro). O doador foi um homem de 40 anos, natural de Rolim de Moura, que também foi vítima de TCE. A doação foi encaminhada para São Paulo, Rio de Janeiro e também Rondônia.
Conforme a enfermeira e gerente da CET, Renata Restier, as duas captações foram “algo inédito” no estado. Desde janeiro, Rondônia já realizou 11 captações, sendo que sete foram feitas em Cacoal.
Ano de reestruturação
De acordo com a CET, em 2019, 24 cirurgias de captação foram realizadas, o que marcou o ano como o melhor ano da doação de órgãos em Rondônia. Em 2020, o serviço teve uma queda de 70%.
Já em 2021, conforme o governo, Rondônia já realizou 11 captações, o que fez o ano ser considerado como o ano de reestruturação do serviço, visto que já foi superado o número de doadores efetivos de 2020.
As cirurgias de transplantes realizadas em Rondônia são as de córnea e rim, que acontecem no Hospital de Base, em Porto Velho. O estado é capacitado para fazer a captação somente de rim, fígado e córneas. Atualmente, 89 pacientes estão na fila de espera por rim e 279 por uma córnea.
Autorização da família
As duas captações de órgãos feitas em Cacoal, aconteceram porque as famílias dos pacientes, vítimas de Traumatismo Crânio-Encefálico, autorizaram a doação. Segundo o Ministério da Saúde, a doação de órgãos de doadores falecidos só é feita no Brasil após a autorização familiar.
A pasta ressaltou que a “conversa” é importante e recomendou que se fale mais sobre a doação ainda em vida. Isso porque, mesmo que o doador registre oficialmente sua vontade, ela apenas será validada – sem a autorização familiar – em caso de decisão judicial.
Via G1 de RO