São Paulo, Julho de 2020 – Você certamente conhece alguém que já teve de ser submetido a uma cirurgia para corrigir o desvio do septo nasal. Ainda que seja um procedimento comum, o problema ainda desperta muitas dúvidas em pacientes, inseguros em relação a possíveis cicatrizes, ao pós-operatório e à necessidade da cirurgia.
Para elucidar essas e outras questões, a otorrinolaringologista Cristiane Mayra Adami, do Hospital Paulista, elaborou o tira-teima a seguir, com os mitos e as verdades sobre o desvio de septo nasal:
MITOS
- – Quem tem desvio de septo sempre deverá operá-lo
A cirurgia de desvio de septo é muito comum: oito em cada dez brasileiros apresentam o problema. No entanto, nem sempre o desvio de septo é sintomático. Ou seja, nem sempre o paciente sente o nariz entupido e a obstrução nasal. Consequentemente, não são todos os casos de desvio de septo que requerem intervenção cirúrgica. Essa avaliação deve ser feita por um médico otorrinolaringologista.
A cirurgia de correção do septo nasal é indicada quando o paciente tem sintomas como a obstrução nasal ou sinusites recorrentes. Essa série de crises ocorre porque o septo é desviado de um jeito que fecha as entradas e saídas de secreção dos seios da face. O paciente começa a reter muita secreção e desenvolve a sinusite. Portanto, a indicação cirúrgica ocorre quando o desvio é obstrutivo e o paciente tem sintomas de nariz entupido, que dificultam sua respiração. O mandatório para a indicação é a sintomatologia do paciente ou algum desvio tão grave em crianças que possa causar uma deformidade facial.
- – A cirurgia de desvio de septo deixa cicatriz
A cirurgia não requer corte externo e não deixa cicatriz. Atualmente, é muito comum a cirurgia através de vídeo endoscopia. O procedimento é feito pelo nariz, através das narinas. Por fora, sequer parece que o paciente passou por uma cirurgia.
- – A cirurgia gera mudança na estética do nariz
Uma cirurgia de correção de desvio de septo, que é diferente de um procedimento estético, não muda a forma do nariz. Não há mudança externa, apenas interna para promover uma respiração melhor.
- – O procedimento cirúrgico só pode ser feito em adultos
A cirurgia do desvio de septo pode ser feita em qualquer idade, dependendo da indicação e da deformidade que pode estar causando. Para a maioria das pessoas, recomenda-se operar após a fase de crescimento, ou seja, da adolescência em diante. A partir daí, já cessou o crescimento, o osso nasal já está definido. Podemos, então, fazer uma cirurgia e não tem risco de o desvio voltar depois. No entanto, a cirurgia é indicada para algumas crianças quando o desvio é tão grave que pode iniciar uma deformidade facial. Neste cenário, é melhor correr o risco de ter que operar novamente esse paciente lá na frente do que deixar essa criança crescer com alguma deformidade na face. Há casos em que se opera aos 4, 5 anos de idade, mas isso não é comum.
- – Após a cirurgia, o paciente não precisa mais de acompanhamento médico
É muito importante ter um acompanhamento pós-cirúrgico nos anos seguintes, principalmente os pacientes que têm rinite alérgica e rinite à mudança de temperatura, pois é importante fazer uma manutenção deste nariz. O septo fica retinho, não entorta de novo, quando já se é adulto, a não ser que tenha um trauma, uma causa externa. No entanto, a mucosa do nariz precisa de cuidados.
O nariz não é só o septo nasal. Os cornetos, popularmente chamados de carne esponjosa, também são responsáveis pela obstrução nasal. Inclusive, é muito comum que o paciente faça a septoplastia junto com a turbinectomia, que seria a correção do septo nasal mais a remoção parcial dos cornetos. Quem tem rinite tem que cuidar dessa mucosa, porque ela estará sempre exposta ao que provoca rinite, podendo causar uma irritação, uma inflamação, um edema, um inchaço dessa mucosa, gerando desconforto.
Não é só operar e sumir. É muito comum que os pacientes operem, fiquem bem, sumam e não cuidem da rinite. Depois de um tempo, acabam voltando ao consultório, pois não fizeram a manutenção do nariz. É muito importante um acompanhamento com o otorrino nos anos posteriores para saber se está tudo bem, principalmente com o fator rinite.
VERDADES
- – A cirurgia de desvio de septo utiliza anestesia geral
Sim, é um procedimento considerado invasivo, pois exige internação e anestesia geral. Por isso, é preciso realizar, antes da cirurgia, avaliação cardíaca, de sangue, de pulmão e do anestesista. No entanto, o período de internação é curto e não passa de 24 horas. Alguns médicos preferem que o paciente passe a noite no Hospital após a cirurgia, mas não é uma regra. É possível internar, operar e ir embora no mesmo dia.
- – O desvio de septo pode voltar quando se opera muito cedo
Sim, pois a pessoa ainda não teve o pico de crescimento. O osso continua crescendo e pode continuar se desenvolvendo com o desvio. Tudo depende da real necessidade da cirurgia. Em casos extremos, opera-se mais cedo, porém já é avisado que futuramente poderá ser necessário operar novamente.
- – O pós-operatório é muito essencial no sucesso da cirurgia
Os cuidados do pós-operatórios de uma cirurgia de desvio de septo são muito importantes. O sucesso do procedimento depende muito de um pós-operatório bem feito e respeitado, pois a região do nariz sangra com muita facilidade. É preciso fazer um repouso relativo, em que não haja esforço físico, já que os vasinhos do nariz estão cicatrizando e podem se romper, causando hemorragia.
Deve-se evitar também a exposição excessiva a temperaturas altas, ao calor, ao Sol e a comidas e banhos muito quentes. Isso deve ser feito nas primeiras semanas, pois a média de cicatrização de uma cirurgia do nariz é em torno de dois meses. É importante enfatizar também que é muito importante evitar qualquer tipo de trauma na região. Ou seja, evitar bater o nariz ou tomar uma bolada, por exemplo.
Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.
Em localização privilegiada, a 300 metros da estação Hospital São Paulo (linha 5-Lilás) e a 800 metros da estação Santa Cruz (linha 1-Azul/linha 5-Lilás), possui 42 leitos, UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 10 salas cirúrgicas, realizando em média, mensalmente, 500 cirurgias, 7.500 consultas no ambulatório e pronto-socorro e, aproximadamente, 1.500 exames especializados.
Referência em seu segmento e com alta resolutividade, apresenta índice de infecção hospitalar próximo a zero. Dispõe de profissionais de alta capacidade e professores-doutores, sendo catalisador de médicos diferenciados e oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.
Por Thassio Borges e Tathiana Barbar