Crianças e adolescentes estão no final da fila da vacinação, já que os imunizantes ainda precisam ser testados nesses grupos. Diante desse cenário, máscaras e álcool em gel são ainda mais importantes para manter os pequenos protegidos.
Segundo o Ministério da Saúde, as crianças não farão parte da primeira etapa da vacinação contra a COVID-19. Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, justificou a decisão, dizendo que “nenhum país tem estudos que mostrem a utilização de vacinação na faixa etária pediátrica”.
Além da falta de dados, crianças e adolescentes não são grupos de risco, pois apresentaram taxas menores de mortalidade em comparação com adultos e idosos. Por isso, a máscara infantil vai continuar sendo um acessório essencial para os pequenos por um tempo considerável.
Falta de estudos clínicos
O mundo todo assistiu a uma corrida pela vacina. Afinal, enquanto um medicamento não é encontrado, a vacinação é considerada a melhor solução para aumentar o nível de imunização da população e, consequentemente, diminuir a taxa de mortalidade da doença.
Diante desse cenário, é importante ressaltar que crianças e adolescentes são os menos afetados pelo novo coronavírus. Por isso, eles não são considerados grupos prioritários, nem houve testes específicos para esse público nos estudos clínicos realizados pelas farmacêuticas.
Esse tipo de decisão não é incomum. Outros imunizantes começaram a ser aplicados em adultos e, depois, os estudos foram ampliados para abarcar um grupo maior, como a vacina da gripe, inicialmente desenvolvida para os idosos.
Início dos testes
Agora que diversas vacinas foram aprovadas para aplicação em adultos, os testes focados nos pequenos foram iniciados. Segundo a Pfizer no Brasil, o imunizante produzido pela farmacêutica já está sendo testado em crianças nos Estados Unidos. Outro laboratório que segue esse mesmo ritmo é a Moderna.
Essa etapa é mais simples que a produção inicial das vacinas. Isso porque já existem imunizantes aprovados e com eficácia comprovada. Portanto, agora, os laboratórios precisam testá-los para observar se há necessidade de ajustar a dose para o público infantil.
Importância das máscaras
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Academia Americana de Pediatria (AAP) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendam que crianças menores de dois anos não usem máscaras. Por outro lado, os maiores devem usar o acessório para garantir a proteção ao sair de casa.
O isolamento social ainda é a melhor maneira de proteger-se do novo coronavírus, mas manter todos em casa durante um longo período é desafiador, principalmente para os pequenos. Entretanto, antes de sair, a família deve considerar o número de casos na região para que a exposição ao vírus seja a menor possível.
Nesse sentido, é importante ressaltar que as máscaras são essenciais para que as crianças saiam de casa de maneira segura. O equipamento caseiro tem capacidade de evitar a contaminação direta, que acontece quando gotículas contaminadas são expelidas durante uma conversa, por exemplo.
Além disso, existem modelos antivirais que são capazes de neutralizar o novo coronavírus, aumentando a proteção das crianças. Por isso, independentemente do modelo, o acessório deve ser utilizado, já que apresenta eficácia comprovada em adultos e crianças.
Volta às aulas
A volta às aulas tem sido tema de debate recorrente, uma vez que é um assunto complexo, envolvendo aspectos psicológicos, pedagógicos e sanitários. Um dos fatores que mais preocupa pais e professores é o dano à saúde mental das crianças no período de isolamento, além do déficit de aprendizado.
O Grupo de Trabalho de Saúde Mental da SBP, relatou que, após a primeira onda da pandemia, os pediatras atenderam diversas solicitações. Insônia, anorexia, crises de ansiedade e depressão são os quadros mais comuns.
As aulas remotas são um grande desafio para as crianças e os pais, que, em muitos casos, precisam acompanhar os pequenos e tirar dúvidas, algo pouco comum no período pré-pandemia. Nesse sentido, algumas consequências já estão sendo observadas após um ano longe da escola, como:
- lacunas de aprendizagem;
- ampliação das desigualdades educacionais;
- impacto na saúde emocional dos profissionais da educação e dos alunos,
- aumento da evasão escolar.
Considerando a atual situação, diversos países estão analisando a melhor maneira de voltar às aulas. Sistemas híbridos e opção presencial facultativa têm sido as mais populares. Desse modo, fica mais fácil controlar a quantidade de alunos e manter o distanciamento social.
Segundo uma investigação do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, ECDC, sigla em inglês, a transmissão entre as crianças é incomum no ambiente escolar. Portanto, ao implementar as medidas de higiene e distanciamento, seria possível evitar que a escola seja um ambiente de alta propagação da doença.