São Paulo, novembro de 2019 – Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) cerca de 15 mil novos casos de câncer de boca serão detectados em homens e mulheres no biênio de 2018-2019, sendo o 12º mais frequente entre todos os tumores. O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) alerta que fatores como boa higiene bucal, não beber e não fumar, alimentação saudável e visitas regulares ao cirurgião-dentista ajudam a reduzir a incidência da doença e a melhorar o prognóstico do tratamento.
“As consultas periódicas ao cirurgião-dentista são fundamentais para examinar todas as regiões da boca e identificar qualquer alteração”, afirma Fábio Alves, presidente da Câmara Técnica de Estomatologia do CROSP. O profissional também recomenda, “ao sentir ou observar algo diferente na boca, como manchas ou feridas que não cicatrizam, o paciente deve procurar um profissional da Odontologia”.
Além do fumo e o consumo excessivo de bebidas alcóolicas, o vírus do HPV também tem relação com a aparição do câncer da região posterior (palato mole e base da língua), o que destaca a necessidade do uso de preservativo durante a prática do sexo oral.
Confira a seguir alguns dos sintomas mais frequentes que o câncer de boca pode apresentar.
Lesões
O estágio inicial da doença, normalmente, apresenta feridas que crescem continuamente e não cicatrizam por mais de 15 dias. Elas podem surgir nos lábios ou qualquer outra parte da cavidade oral. Podem ser confundidas com aftas, mas a diferença é que não causam dor.
“Em geral, o câncer inicialmente não apresenta grandes sintomas. Os indícios são bem discretos como um pequeno incômodo na boca, principalmente na região afetada”.
Alterações na gengiva ou na língua
Caroços, carnes crescidas e bolinhas podem surgir na gengiva ou na língua. Ambas as partes da boca não costumam ter o volume aumentado, portanto, vale consultar o cirurgião-dentista.
Sangramento repentino
Sangramentos na cavidade oral não são normais, mesmo durante uma escovação mais forte. “Como alguns sangramentos de gengiva estão relacionados à doença periodontal, é indispensável que a avaliação clínica seja feita para o diagnóstico correto”, pontua Fábio Alves.
Manchas
Sintoma específico do câncer, a boca pode apresentar alteração de cor como manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca) e mucosa jugal (bochechas).
“As manchas são frequentes na borda de língua e no assoalho bucal, portanto, ao notar qualquer alteração, o paciente deve consultar um estomatologista para verificar se é uma lesão cancerígena”, diz o cirurgião-dentista.
Diagnóstico e tratamento
A detecção da doença deve ser feita pelo profissional da Odontologia a partir da biópsia – remoção de um pequeno fragmento para análise em laboratório para confirmação do diagnóstico.
“Após identificação da doença, o paciente deve ser encaminhado para o cirurgião de Cabeça e Pescoço que irá definir a melhor forma de tratamento, com base em exames complementares, que poderá ser cirurgia, radioterapia ou quimioterapia conforme o estágio da doença”, afirma Fábio Alves.
Sobre o CROSP – O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica e de direito público com a finalidade de fiscalizar e supervisionar a ética profissional em todo o Estado de São Paulo, cabendo-lhe zelar pelo perfeito desempenho ético da Odontologia e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente. Hoje, o CROSP conta com mais de 140 mil profissionais inscritos. Além dos cirurgiões-dentistas, o CROSP detém competência também para fiscalizar o exercício profissional e a conduta ética dos Técnicos em Prótese Dentária, Técnicos em Saúde Bucal, Auxiliares em Saúde Bucal e Auxiliares em Prótese Dentária. Mais informações: www.crosp.org.br
Por Laiz Sousa