A pandemia acentuou algo que culturalmente acompanha a sociedade: o medo da vacina, seja da agulha na hora da aplicação ou mesmo das reações adversas. Para se ter ideia do problema, os efeitos colaterais dos imunizantes de combate à covid-19 estão entre os assuntos mais pesquisados pelos rondonienses quando o tema é pandemia. Para superar esse problema, o Governo de Rondônia por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), esclarece sobre as possíveis reações e reforça a importância da imunização.
O diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima, destaca que é preciso superar a desconfiança com as vacinas, entender que elas são resultado de análises criteriosas, e que o medo das reações não devem afastar a população do compromisso com a imunização.
A coordenadora Estadual da Covid-19, Flávia Serrano, explica ainda que a reação adversa acompanha medicamentos e vacinas de qualquer natureza. No caso da covid-19, as reações mais comuns são dor no braço, febre e dor no corpo, geralmente por três dias.
‘‘O que temos que medir é a relação entre efeito colateral e o benefício das vacinas. Quando se observa no ensaio clínico que o benefício é muito maior que o efeito colateral, de tal forma que não causa risco à saúde, então as vacinas são aprovadas. Desta forma, os imunizantes passam por ensaio clínico, são aprovados por órgão regulares e a gente tem a segurança que a reação adversa não vai causar mortalidade. Já a covid é uma doença grave, e que sem vacina, pode levar mais facilmente a óbito’’.
SEGURANÇA
A coordenadora afirma ainda que o processo de produção de imunizantes em geral, incluindo os do enfrentamento à covid-19 é seguro. ‘‘Toda vacina é proveniente de um estudo clínico que tem várias fases e demanda muitos anos, no geral. E o que temos que entender em relação às vacinas da covid-19 é que foram produzidas de forma emergencial, porém as tecnologias utilizadas já foram estudadas há muitos e muitos anos e os pesquisadores envolvidos nos estudos são os mesmos que já produziram outras vacinas, e eles produziram imunizantes que se traduzem em esperança para um novo momento da pandemia”, assegura.
Flávia Serrano esclarece ainda que a chance de uma pessoa vacinada desenvolver a doença existe, mas não se torna um caso grave. Quanto à eficácia da vacina, ela varia conforme o sistema imunológico de cada indivíduo, há os que desenvolvem 100% de eficácia, outros parcialmente e há os que o nível de eficácia é baixo, a exemplo dos que têm algum tipo de comprometimento imunológico como comorbidades e idosos, por isso que se faz necessário aplicar a dose de reforço na população.
Combinado a isso, soma-se o fato de que os que resistem à vacina acabam por favorecer mutações da doença, fazendo com que a coletividade tenha que buscar mais proteção. ‘‘O vírus muta naturalmente, mas o da covid-19 tem tido um processo de mutação muito rápido. Tivemos a introdução de novas variantes este ano e podemos ter novamente em 2022. E os que insistem em não tomar a vacina podem ser pessoas que no futuro vão ajudar com que surjam novas variantes. Então fazemos um apelo à população: vacine-se para termos imunidade coletiva’’, orienta Flávia.
ALTA TECNOLOGIA
Flávia Serrano garante que todas as vacinas produzidas contra a covid-19 são de alta tecnologia. A CoronaVac foi produzida a partir de vírus desativados, algo feito desde os primórdios da produção de vacinas, o que faz essa ser considerada um tecnologia tradicional. A Pfizer é uma vacina de RNA, essa molécula ensina o organismo como se defender do vírus; e a AstraZeneca é vetorial.
Ela informa que ainda não há estudos que apontem quais imunizantes provocam mais ou menos reações, e que as vacinas foram produzidas para serem eficazes contra a doença, tendo ou não a reação no indivíduo. ‘‘Mais do que dar importância às reações adversas, é preciso entender que chegamos em um momento no mundo que precisamos ser mais fortes, e precisamos encorajar os que tem medo do mínimo, que é da agulha e dos efeitos colaterais, a pensar no benefício da vacina’’, finaliza.
Conforme o Painel Covid de Rondônia, mais de 90% da população vacinável do Estado recebeu a 1ª dose contra a doença, e passam de 65% as pessoas que completaram o esquema vacinal com a 2ª dose. Pouco mais de 2% tomaram a dose única e mais de 4% receberam a dose de reforço. Conforme a Portaria n° 165, da Agevisa, a dose de reforço deve ser aplicada 160 dias após a administração da 2ª dose ou da dose para os que estão na faixa etária de 18 a 59. E no intervalo de 120 dias para quem tem mais de 60 anos.
‘‘Não deixe a reação da vacina te assustar e nem pense que só com a 1ª dose está imunizado. O Governo Federal já comprou as doses, o Governo de Rondônia já distribuiu e os municípios colocaram à disposição. Procure um ponto de imunização para completar o esquema vacinal e para receber a dose de reforço, para assim proteger a sua vida, contribuir para a saúde pública, e colaborar para superarmos a pandemia’’, recomenda o diretor-geral da Agevisa.
Via assessoria do governo
Por Vanessa Moura