O TEA – Transtorno do Espectro do Autismo, ou autismo, como é comumente chamado, refere-se a uma condição que compromete três áreas do desenvolvimento: interação social, comportamento e comunicação. O paciente com autismo apresenta dificuldades de domínio da linguagem, socialização e desenvolve comportamentos restritivos e repetitivos em diferentes intensidades.
Não há cura para o transtorno, mas o tratamento traz qualidade de vida para o indivíduo melhorando a comunicação, a interação e o comportamento. O acompanhamento é feito por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da saúde como médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fisioterapeutas, psicopedagogos entre outros.
A pediatra e professora do curso de Medicina da Unic, Karinna Faro, explica que ainda que o autismo seja um transtorno que não tem cura, a criança pode adquirir as habilidades funcionais esperadas para a etapa do desenvolvimento, através das terapias direcionadas. “O número de casos identificados tem crescido bastante, a idade avançada dos pais e a prematuridade vem contribuindo para esse aumento. É muito importante lembrar que quanto mais cedo forem iniciadas as intervenções, melhor será a qualidade de vida da criança considerando o tempo ouro da neuroplasticidade que são os primeiros 2 anos de vida”, esclarece a especialista.
Como identificar os sinais?
Os sinais e sintomas não são iguais em todas as crianças, no entanto as características mais evidentes estão ligadas à comunicação social e à presença de comportamentos disfuncionais.
No comportamento social, destacamos a dificuldade em estabelecer um envolvimento social e de entender expressões e emoções, e a falta de interesse ou dificuldade em estar e brincar com outras pessoas da mesma idade. Pode apresentar uma varredura ocular podre e não sustentada, não respondendo aos chamados pelo seu nome e não percebendo a aproximação de um adulto, por exemplo.
Na linguagem a criança normalmente apresenta atraso para iniciar a fala, e/ou apresenta dificuldade em usar as palavras como um instrumento de comunicação e expressão.
Quanto a motricidade, algumas crianças andam na ponta dos pés, fazem movimentos de exaltação com as mãos, andam em círculo, fazem movimentos repetitivos disfuncionais, representando as alterações sensoriais características do espectro.
A médica ressalta que, em alguns casos, o paciente faz uma seleção alimentar severa, distinguindo por cores, cheiros e texturas o que consegue ingerir, levando a carências nutricionais e alterações intestinais.
Saber como identificar o diagnóstico é uma das mais frequentes dúvidas das mamães e papais. A médica menciona que não há exames laboratoriais (como de sangue) nem de imagem que confirmem o autismo. A avaliação é exclusivamente por métodos de observação, acompanhamento e testes padronizados realizados por um corpo de especialistas no desenvolvimento infantil, que inclui além do médico, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
A pediatra finaliza destacando que, por se tratar de um período muitas vezes delicado para a família, o apoio emocional aos pais é fundamental, explicar sobre a natureza do transtorno e direcionar precocemente para as terapias.