O Ministério Público do Paraguai não vai indiciar Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Assis Moreira, por terem entrado no país com passaportes adulterados. De acordo com os promotores, os dois admitiram o erro — e, assim, a promotoria entendeu que eles “foram enganados em sua boa fé”. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (5) pelo Globoesporte.com.
Ronaldinho e Assis já poderiam, assim, retornar ao Brasil. Porém, segundo advogados do ex-jogador, ele decidiu ficar no Paraguai até esta sexta-feira.
Ronaldinho e Assis prestaram depoimento nesta noite. Na noite de quarta-feira, eles foram alvo de uma operação dentro do hotel onde estavam hospedados em Assunção. Os policiais apreenderam os documentos e iniciaram o inquérito.
Após o depoimento, a promotoria decidiu usar o “critério de oportunidade”, recurso no Código Penal paraguaio que deixa livre de processo Ronaldinho e seu irmão. Ele é usado quando os suspeitos admitem o delito e não têm antecedentes criminais no Paraguai.
O caso, no entanto, irá ao Juizado Penal de Garantias do país e, portanto, a decisão final será de um juiz. Ao jornal “ABC Color”, o promotor Federico Delfino comentou a posição do MP.
“O senhor Ronaldo Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho, aportou vários dados relevantes para a investigação e atendendo a isso, foram beneficiados com uma saída processual que estará a cargo do Juizado Penal de Garantias”, afirmou o promotor.
Promotoria acusa empresário e mais 2
A promotoria, no entanto, acusou três pessoas: o empresário Wilmondes Sousa Lira, apontado pela defesa de Ronaldinho como responsável pelos documentos falsos, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero — as duas seriam as verdadeiras donas dos passaportes e carteiras de identidade adulterados, segundo o MP.
O MP pediu a prisão preventiva de Wilmondes. Ele foi acusado especificamente por produção de documentos não autênticos, uso de documentos públicos de conteúdo falso e falsidade ideológica.
Os passaportes e cédulas de identidade paraguaios do ex-jogador e de Assis foram expedidos ao nome de María e Esperanza e depois adulterados para possuírem os dados de Ronaldinho e o irmão. Ambas foram detidas e compareceram à sede da Promotoria contra o Crime Organizado na noite desta quinta, mas permaneceram em silêncio no depoimento, assim como Wilmondes.
Caso derruba Diretor de Migração paraguaio
O diretor geral de Migração do Paraguai, Alexis Penayo, pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (5) em meio às investigações sobre o suposto uso de passaporte e documentos paraguaios falsos pelo ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira.
Penayo vinha recebido críticas pelo fato de o Departamento de Migrações não deter os brasileiros ainda no Aeroporto Internacional de Luque — o principal terminal paraguaio.
O diretor reconheceu que um funcionário deixou Ronaldinho e o irmão passarem, mas criticou “a falta de apoio dos superiores” e a cobrança às autoridades migratórias.
“Ninguém pergunta quando esse passaporte foi solicitado, quem pagou e quem entregou”, criticou Penayo.
De acordo com o jornal “ABC Color”, as autoridades migratórias avisaram a Polícia Nacional e o Ministério do Interior logo após constatarem as irregularidades. Porém, os dois órgãos só agiram depois de 12 horas dessa comunicação.
Além disso, Penayo afirmou que pediu uma investigação administrativa para identificar os funcionários de imigração do aeroporto e averiguar por que a entrada de Ronaldinho e o irmão foi permitida.
Via G1