Alan Diego dos Santos Rodrigues, suspeito de ajudar o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, a montar um artefato explosivo perto do aeroporto de Brasília, no sábado (24), foi expulso do Partido Social Democrático ( PSD) nesta terça-feira (27).
O desligamento dele do partido ocorreu após a divulgação da suspeita de envolvimento no ato terrorista na capital.
“O Diretório de Mato Grosso decidiu pela expulsão já que os fatos imputados a ele são graves e inaceitáveis, se constituem crimes e precisam ser punidos com o rigor da lei”, informou o PSD em nota.
O PSD é presidido por Gilberto Kassab, futuro secretário de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
Alan já morou na cidade de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, era taxista e chegou a se candidatar a vereador nas eleições de 2016 (leia detalhes mais abaixo).
Segundo investigações da Polícia Civil do DF e no próprio depoimento de George, os dois frequentavam os atos antidemocráticos e golpistas no quartel-general do Exército em Brasília a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na eleição presidencial.
No depoimento, George disse que Alan teria se voluntariado para instalar a bomba em postes nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília.
Candidatura
Pelo PSD, Alan se candidatou a vereador em 2016 pela coligação Juntos por Comodoro. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), ele renunciou à candidatura e não chegou a ter o nome cadastrado nas urnas.
Sobre o trabalho como taxista, um ex-colega de profissão, que não quis se identificar, contou ao g1 que Alan trabalhou em um ponto da cidade por cerca de cinco meses.
“Depois, largou o táxi para ir para Brasília. Nunca mais o vi ou tinha ouvido falar dele”, disse.
Ajuda em ato
A Polícia Militar do Distrito Federal detonou, no sábado (24), um suposto artefato explosivo encontrado nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília. Segundo a PM, o motorista de um caminhão-tanque de combustível percebeu um objeto estranho no veículo e alertou policiais na área. No mesmo dia, a polícia prendeu George, que confessou o crime. Ele é do Pará e foi até Brasília para participar das manifestações em apoio a Jair Bolsonaro (PL).
Em depoimento, o bolsonarista contou sobre como os explosivos foram montados e quem ajudou.
“Vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do Aeroporto de Brasília durante a madrugada e, em seguida, fizéssemos denúncia anônima sobre a presença de outras duas bombas no interior da área de embarque”, disse à polícia.
No dia seguinte, segundo o investigado, uma mulher do grupo sugeriu a instalação de uma bomba na subestação de energia elétrica para “dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.
Segundo George, Alan teria se voluntariado para instalar as bombas.
“Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto. Porém, na sexta-feira (23) eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original”, alegou o autuado por terrorismo.