O político e empresário Samuel Barbosa Cavalcante, de 43 anos, passou por audiência de custódia nesta sexta-feira, 30, em Brasília, após ter sido preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Nero. A ação visa identificar eleitores da extrema-direita e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que financiaram uma onda de ataques no Distrito Federal, em 12 de dezembro, dia da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além de ser o quarto preso na força-tarefa que já identificou, pelo menos, 40 envolvidos, Cavalcante, que concorreu ao cargo de deputado estadual, em Rondônia, no mesmo partido de Bolsonaro, em 2022, é o terceiro extremista identificado no Estado como patrocinador dos protestos violentos, que incluíram uma tentativa de invasão à sede da PF, na capital do País.
Segundo a Polícia, ele é um dos suspeitos de comprar combustível utilizado para incendiar veículos no dia dos ataques.
O juiz de paz e pastor evangélico, Joel Pires Santana, de 40 anos, preso na última quinta pela PF, em São Francisco do Guaporé, também foi ouvido nesta sexta pelas autoridades.
Outro suspeito, morador de Ariquemes, a 200 quilômetros de Porto Velho, identificado como Ricardo Yukio Aoyama, continua foragido da Justiça. Ele também financiou a compra de combustível, conforme as investigações da polícia. Na casa dele, os agentes encontraram uma arma, quatro carregadores e munições.
PRESOS ATÉ O MOMENTO
Até agora, quatro pessoas foram presas na Operação Nero. São elas:
Ex-candidata a prefeita de Tupã (SP), Klio Hirano;
O extremista Átila Reginaldo Franco de Melo;
O juiz de paz e pastor evangélico Joel Pires Santana; e
O político e empresário Samuel Barbosa Cavalcante
GOLPE DE ESTADO
Em conjunto com a PF, policiais civis do Distrito Federal cumpriram 32 mandados contra suspeitos de participação nos atos de vandalismo. Em Rondônia, foram oito mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva, mirando nas cidades de Alto Paraíso e Monte Negro, além de São Francisco e Ariquemes.
Ordens judiciais também foram expedidas contra suspeitos nos Estados de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, além de Rondônia e Distrito Federal.
Os suspeitos devem responder pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático.