O Ministério do Interior da Rússia emitiu nesta segunda-feira, 29, um mandado de prisão contra Lindsey Graham, senador dos Estados Unidos, por comentários feitos sobre o conflito na Ucrânia. A decisão teve como base falas de um vídeo publicado pelo gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Pela terceira vez desde o início da guerra, Graham prestou uma visita à Ucrânia para se reunir com Zelensky na última sexta-feira. Ao final do encontro, os políticos divulgaram os assuntos tratados por meio de de um vídeo, no qual o republicano afirma que “os russos estão morrendo” e que o auxílio militar destinado aos soldados ucranianos teria sido “o melhor dinheiro” que os Estados Unidos já gastaram.
Na ocasião, ele também defendeu a necessidade de que armamentos mais modernos fossem enviados à Ucrânia. Não houve adulteração dos comentários de Graham, mas o vídeo divulgado pelo governo ucraniano justapôs momentos diferentes da conversa.
A repercussão da publicação provocou indignação na administração de Vladimir Putin, presidente russo. Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “é difícil imaginar uma vergonha maior para o país do que ter tais senadores”.
Como consequência, o Comitê Investigativo da Rússia abriu um inquérito criminal contra o senador americano, enquanto o Ministério do Interior emitiu um mandado de prisão, divulgado através do seu registro oficial de suspeitos criminais procurados. O republicano está, ainda, entre os 200 membros do Congresso dos Estados Unidos proibidos de entrar no território russo desde o ano passado.
Nas suas redes sociais, Graham reforçou o seu compromisso em “defender a liberdade da Ucrânia até que todos os soldados russos sejam expulsos do território ucraniano”. Ele disse, inclusive, que usará “o mandado de prisão emitido pelo governo corrupto e imoral de Putin como uma medalha de honra”.
I will wear the arrest warrant issued by Putin’s corrupt and immoral government as a Badge of Honor. 🏅 https://t.co/0L2I5PfuoM
— Lindsey Graham (@LindseyGrahamSC) May 29, 2023
Além disso, Graham destacou que levará o caso para o Tribunal Penal Internacional (TPI), responsável por julgar crimes contra a humanidade em esfera global.
“Finalmente, aqui está uma oferta para meus ‘amigos’ russos que querem me prender e me julgar por chamar o regime de Putin de criminoso de guerra: eu me submeterei à jurisdição do Tribunal Penal Internacional se você o fizer. Venha e faça o seu melhor caso. Nos vemos em Haia!”, escreveu.