Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério, do PL, é pré-candidato ao Governo de Rondônia e correligionário do presidente da República Jair Bolsonaro.
No fundo, sua intenção era colocar a figura do regente do Planalto debaixo do braço, conservando-a apenas para si durante as eleições de 2022; para conseguir o intento, sua legenda foi à Justiça Eleitoral (TRE/RO) com a intenção de proibir a vinculação da campanha do administrador do Palácio Rio Madeira, Marcos Rocha, do União Brasil, à imagem do morador do Alvorada.
E ele conseguiu.
Como Rocha e Bolsonaro são amigos na prática, antes de existir um Marcos Rogério no contexto político-eletivo, muito antes, aliás, ambos conversaram, e, do diálogo, exsurgiu um vídeo logo percorrido em todas as redes sociais rondonienses.
Nas imagens, o próprio Messias desautoriza Marcos Rogério, sem citá-lo, esclarecendo aos postulantes: qualquer um deles que queira usar suas credenciais em material de campanha, seja físico, virtual, televisivo ou radiofônico, pode.
Isto, independentemente de convenções oficiais, alianças, federações, coligações ou coisa que os valha.
Na realidade, o “tiro” de Marcos Rogério, suposto defensor da liberdade, “saiu pela culatra” vez que o congressista, “municiado” pela legislação, que, sim, ampara o pleito, obteve a censura institucional chancelada com aval do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO).
Não satisfeito, debochado, o membro da bancada federal veiculou justificativa estapafúrdia em suas redes sociais alegando que a Justiça só seguiu a lei.
Ele ignorou completamente a manifestação espontânea da vontade presidencial (que havia sido veiculada antes de suas explicações a respeito da polêmica), e, numa demonstração clara de deslealdade e infidelidade ao companheirismo mútuo desenlaçado até então, rumou de maneira contrária à deliberação de Bolsonaro.
O presidente foi claro: seu informe não está relacionado ao pedido de votos. É, para todos os efeitos, autorização expressa e específica do uso de sua imagem para qualquer pessoa que se considere aliada, parceira ideológica, e, portanto, apoiadora de sua candidatura à reeleição.
E a despeito de Marcos Rogério tratar Jair como Smeagol se referia ao anel na trilogia dirigida por Peter Jackson com base na obra-prima homônima de J. R. R. Tolkien, ou seja, ao maior estilo “meu precioso”, o sentimento não parece encontrar ressonância junto ao âmago do regente da Nação.
Em suma, Marcos Rogério quer Jair Bolsonaro só pra ele: esqueceu apenas de combinar com o presidente da República.