O governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL), informou na noite desta quarta-feira (25) que parte do comércio será aberto e que apoia o presidente Jair Bolsonaro. O anúncio foi feito após o pronunciamento do presidente sobre o novo coronavírus, que pediu “volta à normalidade”, o fim do “confinamento em massa” e disse que os meios de comunicação espalharam “pavor”.
A maioria dos chefes estaduais do país decidiram manter as regras de isolamento mesmo com as afirmações de Bolsonaro. O governador de Rondônia disse que segue alinhado ao presidente da república, mas não incentiva aglomerações.
“Lembrando que eu sou um apoiador e sou uma pessoa amiga do presidente Bolsonaro”, disse Rocha.
A declaração de Marcos Rocha foi dada durante uma live no Facebook para anunciar atualizações no decreto de calamidade pública, divulgado no dia 21 de março. Os acréscimos serão informados nesta quinta-feira (26).
“Não mudou o decreto, mas estamos acrescentando alguns detalhes que são importantes para a cadeia produtiva. O efeito do decreto termina na quinta que vem. Até lá vamos analisando e vendo se pode mais ajustado em maior ou menor rigor”, disse o governador, reforçando que os trabalhos de combate a pandemia continuarão.
Os serviços que irão funcionar, segundo o governador, são:
- Restaurantes da beira da estrada
- Borracharias e empresas de serviços de manutenção
- Hotéis (desde que o café da manhã seja no quarto)
- Construção civil
- Funerárias
- Escritórios de contabilidade
- Lojas de materiais de construção
- Lojas de agronegócio
“Lembrando que esses lugares com álcool em gel, máscara disponível aos que chegam”, reforçou Marcos Rocha. O governador informou que os outros serviços já descritos no decreto permanecerão fechados, como as escolas do estado. Alguns estabelecimentos tidos como essenciais, como farmácias e supermercados, seguirão abertos.
“Essas adequações são naturais. Os ajustes são apenas complementações dos elos da cadeia produtiva pensados na primeira edição do decreto sem que a gente desconfigure o que já estava posto como estratégia de enfrentamento”, ressaltou o secretário de Estado de Finanças, Luís Fernando Pereira.
Até o momento, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) confirma cinco casos do novo coronavírus em Rondônia.
O primeiro caso confirmado foi registrado em Ji-Paraná, na noite de 19 de março. O paciente é um homem de 29 anos, morador de São Paulo, que esteve na cidade para trabalhar. No sábado (21), Fernando Máximo confirmou em coletiva de imprensa os dois primeiros casos da doença em Porto Velho.
Já na noite de terça-feira (24), a Secretaria de Saúde informou mais dois casos na capital Porto Velho. Trata-se de um casal. O homem tem 39 anos e a mulher, 36 anos. Ambos já estão em isolamento domiciliar.
Decreto de calamidade pública
Em 21 de março, o governo decretou estado de calamidade devido a pandemia. A Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) aprovou a medida em sessão extraordinária, que entrou em vigor no mesmo dia.
Entre as ações determinadas na primeira edição do documento estão a realização compulsória de exames médicos, o fechamento de alguns estabelecimentos comerciais, assim como a proibição da operação de aeroportos estaduais.
Também ficaram proibidos eventos de qualquer natureza com mais de cinco pessoas. Ainda segundo o decreto, pessoas que tenham regressado nos últimos cinco dias ou que venham a regressar ao estado durante a vigência do decreto, bem como os que tenham contato ou convívio com um caso suspeito ou confirmado, deve ficar afastado do trabalho pelo período mínimo de 14 dias, sob pena de responsabilização criminal.
Policiais e Bombeiros Militares deverão, com uso de megafone ou sistemas de som, informar a população sobre as principais restrições. A polícia também está autorizada a dispersar aglomerações de pessoas, sendo permitido o uso proporcional de força, se necessário.
Pronunciamento de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro criticou, em pronunciamento em rede nacional de televisão, o pedido para que todos aqueles que possam fiquem em casa. O anúncio contraria o que especialistas e autoridades sanitárias do país e do mundo inteiro vêm pregando como forma de evitar que o novo coronavírus se espalhe.
Bolsonaro culpou os meios de comunicação por espalharem, segundo ele, uma sensação de “pavor”. E disse que, se contrair o vírus, não pegará mais do que uma “gripezinha”.
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Via G1 Rondônia