Todo homem tem o seu dia emoção. E o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha, teve o dele. Foi na tarde desta quinta-feira, 10, em Cerejeiras. Acolhido e ovacionado por autoridades públicas e aplaudido por populares num evento público no município, o governador ouviu muitos elogios, uma cobrança e nenhuma crítica.
Marcos Rocha, um coronel da Polícia Militar que se tornou governador nas eleições de 2018 graças à “onda Bolsonaro” que varreu o país de Norte a Sul, viveu dias difíceis no governo. Antes desconhecido no mundo da política, ocupando apenas um cargo de titular da Secretaria da Justiça no governo Confúcio Moura (MDB), reverteu o quadro e agora vive um bom momento, como favorito para se reeleger.
A etapa difícil foi por conta da pandemia do novo coronavírus, um rolo compressor que triturou a popularidade de governadores do país inteiro, especialmente os adversários do presidente da República, mas também atingiu também o líder rondoniense, aliado antigo de Bolsonaro. Medidas impopulares, como os sucessivos decretos impondo restrições, são ruins para qualquer governo em qualquer local do mundo. No entanto, no pouco tempo que resta nesta era pós-pandemia, o governador revive um momento de renovo de popularidade – pelo menos pelo que se pôde ver em Cerejeiras, embora não seja possível quantificar a intensidade.
O governador esteve no município para dar início ao projeto de cirurgias de catarata e pterígio. A iniciativa atinge todos os municípios do Estado e Cerejeiras será contemplada com 192 operações.
Aproveitando que já estava no município, o governador também entregou um cheque simbólico de R$ 2,2 milhões para a recuperação do rio Igarapé Branco (popularmente conhecido como rio Araras). Segundo um estudo realizado pela Prefeitura de Cerejeiras em parceria com o governo estadual, 131 das quase 170 nascentes do rio estão degradadas. O projeto de recuperação envolve o plantio de árvores no leito do curso d’água e a revitalização dessas fontes. Um viveiro será plantado no município para fornecer as mudas.
O governador entregou também títulos públicos de imóveis urbanos para famílias que moram no município há um bom tempo e não tinham escritura da residência.
Em seus discursos, tanto o prefeito em exercício de Cerejeiras, José Carlos Valendorff (PP), quanto a prefeita licenciada, Lisete Marth (PV), não economizaram elogios ao governador. A prefeita, por exemplo, chegou a dizer que nenhum governador do passado fez o que o atual fez pelo município. “Marcos Rocha está investindo aqui e isso temos de reconhecer”, disse Lisete.
Sobre a cobrança, o governador só ouviu uma. E coube ao vereador Erivelton Navarro (ex-PSL) essa árdua missão. Marcos Rocha ouviu do parlamentar, que é ligado ao agronegócio, uma solicitação sobre as licenças ambientais para certas atividades nas propriedades rurais, assunto importante para os produtores.
Por fim, o governador falou também de outras benfeitoras feitas pelo governo dele, como o projeto “Tchau Poeira” e a economia de recursos nos cofres públicos.
Em meio ao discurso sobre seu governo, Marcos Rocha também falou da vida pessoal. Falou da esposa, da filha, da mãe… disse, por exemplo, que perdeu a progenitora quanto era criança.
A mãe dele morreu aos 38 anos, deixando o pai, um padeiro da Marinha, com vários filhos pequenos. O irmão mais novo do governador, segundo ele, não se lembra da matriarca. “Fiquei órfão cedo na vida. Meu irmão mais novo fala que não se recorda da nossa mãe, mas se lembra do cheiro dela”, disse. E complementou: “A minha mãe me ensinou a ser o mais justo que pudermos ser. E é esse conselho dela que trago até hoje comigo”, disse o governador, lacrimejando, sob aplausos.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Rildo Costa