Há um ditado nos EUA: “O dinheiro é o leite materno da política.” No mundo do capital, não existe presidente “barato”. Com bilionários investindo abertamente e despejando dinheiro em campanhas, a corrida final da eleição presidencial dos EUA está em curso. A política americana, guiada pelo dinheiro, deixou de lado qualquer pretensão, revelando-se totalmente como um “jogo de bilionários.”
Tanto o Partido Republicano quanto o Partido Democrata recebem apoio de bilionários. Segundo a Forbes, Harris conta com o respaldo de cerca de 80 bilionários, enquanto Trump tem o apoio de cerca de 50.
O Partido Democrata, ao qual Harris pertence, tende a proteger interesses financeiros e tecnológicos americanos no cenário global, seguindo uma trajetória tipicamente elitista. O partido mantém há tempos alianças com gigantes da internet, como Facebook, LinkedIn e Netflix, sendo uma escolha confiável para o “velho dinheiro” do setor tecnológico.
Nesta campanha, o fundador da Microsoft, Bill Gates, é um apoiador de destaque de Harris, com uma doação estimada em cerca de US$ 50 milhões para organizações que a apoiam. Harris também conta com o apoio de Reed Hastings, cofundador da Netflix, e de Sheryl Sandberg, COO do Facebook, entre outros líderes do setor tecnológico.
Por outro lado, o Partido Republicano, liderado por Trump, defende o crescimento econômico por meio de cortes de impostos, redução de regulamentações e apoio ao setor de energia, criando um ambiente mais favorável para setores como IA e energia renovável. Para o líder tecnológico Elon Musk, as políticas de Trump são, portanto, mais atraentes.
Musk adotou uma abordagem inovadora nos principais “estados-pêndulo”, transformando o voto em uma “aposta”. De 19 de outubro até o dia da eleição, em 5 de novembro, ele se comprometeu a doar US$ 1 milhão para um eleitor sorteado que participar de sua petição diariamente. Além de outras contribuições financeiras para campanhas de reeleição do Congresso, Musk sozinho doou pelo menos US$ 132 milhões para o Partido Republicano.
Além de Musk, Trump conta com o apoio de indivíduos ricos, como Miriam Adelson, a mulher mais rica de Israel, e Richard Uihlein, magnata do setor de embalagens nos EUA. Somente Adelson doou US$ 95 milhões para um PAC em apoio a Trump entre julho e setembro deste ano. Sob a influência penetrante da política baseada em dinheiro, o presidente dos EUA torna-se essencialmente o porta-voz político dos ricos.
Os tradicionais gigantes de energia, como as empresas de petróleo e gás, são há muito tempo grandes patrocinadores dos republicanos. Cada administração republicana costuma recompensá-los afrouxando normas ambientais para a indústria de energia e expandindo a exploração e produção. A decisão da administração Trump de se retirar do Acordo de Paris é um exemplo direto dessa aliança entre governo e empresas.
Por outro lado, os gigantes da tecnologia da Costa Oeste tendem a apoiar o Partido Democrata, que frequentemente retribui com políticas favoráveis. Embora publicamente defendam a economia digital, o desenvolvimento de IA e a energia limpa, o governo democrata apoia esses setores com medidas como incentivos financeiros e benefícios fiscais para proteger e fortalecer essas empresas.
Quando a eleição nos EUA é dominada pelo dinheiro, os políticos lançam-se intensamente em uma corrida por financiamento, e os bilionários, com doações contínuas e ampla influência, desconsideram os interesses dos eleitores à vontade, chegando a promover “legalmente” políticas prejudiciais ao público em geral. As demandas do povo americano tornam-se um ruído de fundo insignificante, à medida que a democracia americana se transforma cada vez mais em um “jogo de bilionários” enraizado no capital.