Desde ontem não se fala em outro assunto a não ser a saída de Moro do governo federal. Temos uma preocupação maior: o coronavírus, uma pandemia que só cresce no Brasil e no resto do mundo. Até à tarde de sexta-feira (24) foram consolidados os seguintes resultados para Covid-19 em Rondônia: Casos confirmados: 290; pacientes curados: 60; óbitos: 06; pacientes internados: 29; descartados: 1.323; aguardando resultados do Lacen: 107. Os 290 casos confirmados são nas seguintes localidades: 207 em Porto Velho; 48 em Ariquemes; 20 em Ji-Paraná; 07 em Ouro Preto do Oeste; 03 em Rolim de Moura; 01 em Alto Paraíso; 01 em Buritis. No Brasil, 40.581 casos registrados e 2.57 5 mortes . No mundo, mais de 200 mil pessoas morreram pelo vírus. Devido à flexibilização do comércio em abrir as portas para atender a população, a tendência é que o número de contaminado pelo coronavirus só aumente. Para piorar, a grande maioria dos cidadãos voltou à rotina sem se preocupar com a propagação da doença. Tem pessoas que nem acreditam que ela existe: “uma gripezinha”. Talvez porque, ainda, ninguém de sua família tenha vindo a óbito por causa do vírus.
Quanto à saída de Sérgio Moro do governo federal não é novidade no “jogo político” brasileiro. Nela, ninguém é eterno. Todos passam. Uns são lembrados. Outros odiados. Sempre foi assim. Assim será eternamente até que mudemos nossa mentalidade sobre como enxergar a correta atuação do homem púbico no Brasil. A nossa cultura é diferente do povo europeu sobre como deve agir o homem público. Aliás, tudo diferente. Não há comparação. Somos, de longe, cidadãos que acostumamos com a rotina na política nacional. Vai ficar pior ainda sem dúvida alguma. Achar que Bolsonaro iria resolver os probl emas nac ionais em um mandato, é acreditar em disco voador ou na feiticeira. Não existe mágica no mundo político. Entrou, virou espelho. Quem fica por fora, usa estingue para quebrar a vidraça do detentor do poder. Quem fica por dentro, trabalha para dar o troco. Nos países europeus, o poder para eles é um compromisso de presteza ao cargo que foi escolhido. Homem público é aquele que trabalha para a coletividade. Mas lá fora. Aqui é contrário. “Trabalha” para si próprio. Individualismo literalmente.
O Brasil é visto lá fora como uma das nações que tem o povo menos conscientizado e políticos desmoralizados, além, é claro, ligados a grupos organizados, preocupados com a dilapidação do dinheiro público por meio de negociatas, fraudes e desvio de conduta. Obviamente que essa realidade vem por ignorância do cidadão chamado de eleitor, que troca seu voto por um saco de cimento ou uma dentadura. Quem tem mais, consegue ter vantagem àquele sem condições financeiras numa corrida eleitoral. Para o político corrupto, “vale a pena investir no jogo sujo em busca da vitória eleitoral, uma vez que chegando ao poder sabe, perfeitamente, que poderá constituir uma empresa e registrá-la em nome de um “laranja”, vender seu voto para o chefe do poder executivo em troca de benesses e arrumar bastante portaria para distribuir aos parentes, visando à “raspadinha”, que é a divisão do dinheiro podre da corrupção.
Atualmente, a maior preocupação não é falar porque Moro saiu do governo federal e porque Bolsonaro quis a “cabeça” do número um da Polícia Federal. Essa discussão não vai resolver o pior problema nacional: o avanço da coronavirus. Precisamos focar nossos olhares para fazermos de tudo que essa doença vá se distanciando o quanto antes para que tenhamos condições de viver com receio de ser contaminado e, pior, morrer. Pelo quadro se espelha na atual conjuntura, a prioridade é ficar de olho quem sairá mais forte nessa passagem relâmpago de Moro na política brasileira, do qual deixou a magistratura por mais de duas décadas, com salário de mais de R$ 100.000,00 (cem mil) mensais, além de salário como professor universitário na cidade de Curitiba, fora a grana que ele ganhava dando palestras aqui e no exterior. Ontem disse que está à procura de um novo emprego, o que prova que no Brasil o político vê na política como um emprego e não um compromisso social para fazer o bem aos cidadãos de uma nação civilizada e desenvolvida. Vamos, então, dar total atenção ao coronavirus enquanto estivermos vivos.
Da Redação Planeta Folha