CCJR Cidadã realiza reunião em Cacoal e discute temas importantes para a comunidade regional e estadual

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Foto: Thyago Lorentz/Secom/Alero

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) realizou nesta quinta-feira, 27, a sua primeira reunião itinerante no projeto . O evento aconteceu no auditório da Universidade Federal de Cacoal  e reuniu acadêmicos, professores, lideranças empresariais, lideranças comunitárias, vereadores, prefeitos e a comunidade em Geral. Comandada pelo presidente deputado Delegado Lucas Torres (PP), o evento contou com a presença dos deputados Ismael Crispin (MDB), Delegado Camargo (Republicanos), Eider Brasil (PL), Cássio Góis (PSD) e Cirone Deiró (União Brasil). Também participaram, de forma remota, os deputados Luizinho Goebel (Podemos), Taíssa Souza (Podemos) e Marcelo Cruz (PRB), além do prefeito de Cacoal, Adailton Fúrio, o vice-prefeito Toni Pablo, o prefeito de Alvorada do Oeste, Jair Luiz, representantes da Unir, da OAB e do poder judiciário.

Denominada “CCJR Cidadã”, as reuniões da Comissão de Constituição, Justiça e Redação vão correr o estado, através de encontros mensais, que acontecerão sempre na última quinta-feira de cada mês. A CCJR Cidadã foi criada por meio da Resolução nº 609/2025, aprovada em plenário, e tem o objetivo de aproximar o Poder Legislativo estadual da comunidade acadêmica, permitindo que estudantes e professores dos mais variados cursos participem dos debates sobre projetos de lei e temas de relevância jurídica. Além disso, a iniciativa busca ampliar o alcance da comissão, fomentar o engajamento dos acadêmicos nos processos legislativos e proporcionar aos parlamentares uma visão mais aprofundada sobre as demandas da sociedade e dos futuros profissionais do Direito, por exemplo.

Foto: Thyago Lorentz/Secom/Alero

Durante a reunião em Cacoal, que contou com o auditório lotado, diversos projetos de extrema relevância para a população de Rondônia foram discutidos e encaminhados, mas o que mais  chamou atenção dos presentes foi o que tratou da Lei que institui a microrregião de água e esgotos no estado de Rondônia. O projeto aprovado no dia 10 de outubro e que já virou lei, reúne todos os municípios de Rondônia num único bloco para tratar sobre a privatização do setor.

Essa definição da microrregião de Rondônia como um único bloco tem levado preocupação para municípios como Cacoal, que possui um Serviço Autonômo de Água e Esgoto (SAAE), além de outros como Ariquemes, Buritis, Jaru, Vilhena e Rolim de moura, que já privatizaram o tratamento de água e esgoto e que podem tem complicações com a nova legislação.
A ideia dos deputados da CCJR é rediscutir essa microrregião que define todos os municípios num único bloco, oferecendo a cada um dos municípios a possibilidade de integrar ou não o grupo.

Para reabrir a discussão, o deputado Delegado Camargo, apresentou Projeto de Lei para modificar que dispõe sobre alterações, acréscimos e modificações da lei complementar n. 1.200, de 13 de outubro de 2023. 

O projeto do deputado Camargo prevê que a Microrregião de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia será integrada pelo Estado de Rondônia e pelos municípios que voluntariamente aderirem à sua composição. Segundo a nova redação, os municípios participantes devem formar agrupamentos limítrofes, com o objetivo de organizar, planejar e executar funções públicas de interesse comum relacionadas ao saneamento básico. A adesão de cada município será formalizada por meio de instrumento próprio e individual, respeitando-se a autonomia municipal.

Ainda de acordo com o projeto, a criação e delimitação da Microrregião serão precedidas de estudos técnicos de viabilidade e audiências públicas com a participação dos municípios envolvidos e suas populações, em cumprimento a Lei Federal nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015. “ A participação dos municípios na Associação da Microrregião será voluntária e formalizada por meio de termo de adesão específico, subscrito pelo chefe do Poder Executivo Municipal, com prévia autorização legislativa municipal, nos termos da legislação aplicável”, destaca o projeto.

A nova redação, quando aprovada, também altera a participação do estado nos conselhos, oportunizando aos municípios maior capacidade de decisão. Hoje o estado possui a maioria dos votos nos conselhos e segundo o deputado Camargo “decide da forma que bem quer, deixando os municípios reféns das decisões que beneficiam somente o estado de Rondônia. 
Na nova redação, o estado de Rondônia terá número de votos equivalente a 25% (vinte e cinco por cento) do total de votos dos entes participantes, arredondando-se a fração para o inteiro imediatamente superior, se maior que 0,5, ou desprezando-a, se igual ou inferior;

Ainda segundo o projeto que começa a tramitar na CCJR, que promete um grande debate e que está sob pedido de vistas do deputado Ismael Crispin, “até a aprovação do regimento interno definitivo, o Colegiado Microrregional limitar-se-á à administração ordinária, sendo vedada a tomada de decisões que impliquem concessões, alienações ou compromissos de longo prazo relacionados aos serviços de saneamento básico”.

Segundo o deputado Ismael Crispin, as reuniões servem mesmo para discutir temas importantes para a comunidade de Rondônia, com participação das lideranças locais e regionais. “São nos municípios que acontecem todas as ações da população e é de extrema importância que uma das comissões mais importantes da Assembleia esteja presente discutindo, debatendo projetos e ações que busquem o desenvolvimento local e regional. Esta Lei Complementar nº 1.200 é um exemplo clássico da importância da discussão local e regional, pois nem sempre o que é bom para uma região atende às necessidades de outra. O estado de Rondônia é muito grande, com peculiaridades e necessidades diferentes. Não podemos generalizar ações e neste sentido, vamos buscando a aproximação da Assembleia Legislativa com a sociedade”, disse o vice-presidente Ismael Crispin.

“Nós começamos por Cacoal, mas iremos estar em outras regiões ao longo do ano, como Vilhena, Ariquemes, Ji-Paraná e outras cidades também fora do eixo da BR-364. A escolha das instituições será baseada em critérios como representatividade regional, diversidade de cursos e impacto potencial da iniciativa”, diz o deputado Delegado Lucas.

Ainda conforme destacou o presidente da Comissão, a CCJR Cidadã é uma ferramenta essencial para fortalecer o diálogo entre a Assembleia Legislativa e a sociedade, garantindo que o processo legislativo esteja alinhado com as necessidades reais da população. “Essa aproximação com o meio acadêmico traz contribuições benéficas para a elaboração de leis mais justas e eficientes , afirmou.

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