O comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, convocou reunião de emergência com todos os generais. A conversa acontece de forma presencial e remota, desde às 16 horas. As informações são dO’Antagonista.
Esta matéria foi atualizada às 19h52. Antes, o Diário de Goiás repercutiu a informação do mesmo portal (O Antagonista) que mencionava que a reunião havia sido convocada por Bolsonaro. De acordo com a publicação d’O Antagonista, Gomes deve se reunir com Bolsonaro após a reunião da cúpula do Exército. Lamentamos o erro.
A reunião acontece um dia após as Forças Armadas apresentarem um relatório sobre as urnas eletrônicas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento aponta, após apuração dos militares em base dos boletins de urna, que o resultado das eleições foi exatamente o mesmo do validado pelo TSE sem que houvesse fraude.
Mais cedo nesta quinta-feira (10), o Ministério da Defesa no entanto contestou o próprio relatório e disse que, apesar do documento não atestar fraude, o texto também não cravava que o contrário fosse o mesmo. Veja a nota na íntegra:
“O Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”. Os militares ainda pediram urgência para que o TSE observe três situações. Leia o comunicado na íntegra clicando aqui.
O que o relatório dizia
O relatório elaborado pelo Ministério da Defesa e divulgado nesta quarta-feira (09/11) sobre as urnas eletrônicas não encontrou indicativo de fraude no processo eleitoral. Ao contrário, o documento aponta que não ‘houve divergências’ totalização de votos, tanto no primeiro como no segundo turno.
O relatório elaborado pelo Ministério da Defesa e divulgado nesta quarta-feira (09/11) sobre as urnas eletrônicas não encontrou indicativo de fraude no processo eleitoral. Ao contrário, o documento aponta que não ‘houve divergências’ totalização de votos, tanto no primeiro como no segundo turno.
Na prática o Ministério da Defesa chegou aos mesmos votos que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 30 de outubro e os dados da totalização estão corretos. Não há qualquer menção a fraude eleitoral no documento.
Relatório alimenta as esperanças golpistas de bolsonaristas
Apesar do relatório elaborado pelo Ministério da Defesa e entregue nesta quarta-feira (09/11) não ter apontado nenhuma fraude no processo eleitoral, manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) insistem em permanecer frente aos quartéis generais na esperança de uma intervenção militar. O documento, no entanto, dá força para o movimento golpista.
A narrativa adotada em grupos bolsonaristas no Whatsapp e no Telegram é que o dossiê apesar de não ter apresentado grandes revelações sobre o processo eleitoral, nem ter apontado fraude, deixou a oposição – leia-se os petistas e setores da esquerda – “em pânico”. “Todos com semblante de desânimo, basta ver as aparições em público”.
No Telegram, um grupo bolsonarista que defende intervenção militar publicava o seguinte card: “Desistir não é a opção. Lotem ainda mais os quartéis”. No Twitter, certo usuário pedia para que os ataques não fossem direcionados ao Poder Judiciário. “Permanecemos nós [sic] quartéis em silêncio se possível, expulsem os bagunceiros de entre vós, não ingerir bebida alcoólica, não usar som de preferência. Ir para frente do Judiciário é uma cilada!”
Apesar do relatório elaborado pelo Ministério da Defesa e entregue nesta quarta-feira (09/11) não ter apontado nenhuma fraude no processo eleitoral, manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) insistem em permanecer frente aos quartéis generais na esperança de uma intervenção militar.
A narrativa adotada em grupos bolsonaristas no Whatsapp e no Telegram é que o dossiê apesar de não ter apresentado grandes revelações sobre o processo eleitoral, nem ter apontado fraude, deixou a oposição – leia-se os petistas e setores da esquerda – “em pânico”. “Todos com semblante de desânimo, basta ver as aparições em público”.
No Telegram, um grupo bolsonarista que defende intervenção militar publicava o seguinte card: “Desistir não é a opção. Lotem ainda mais os quartéis”. No Twitter, certo usuário pedia para que os ataques não fossem direcionados ao Poder Judiciário. “Permanecemos nós [sic] quartéis em silêncio se possível, expulsem os bagunceiros de entre vós, não ingerir bebida alcoólica, não usar som de preferência. Ir para frente do Judiciário é uma cilada!”
Os grupos também disparavam vídeos do consultor argentino Fernando Cerimedo, amigo da família Bolsonaro que já havia promovido uma polêmica transmissão ao vivo questionando o resultado das eleições argumentando que o relatório das Forças Armadas apontavam falhas sistêmicas no processo de votação.
No entanto, o próprio relatório, após comparar os boletins de urna com o resultado das eleições, chegou ao mesmo número de votos que definiu o processo eleitoral. Por meio de nota, o TSE disse que irá acatar as sugestões que não comprometeram a votação. No entanto, o vídeo era compartilhado aumentando o tom golpista. A legenda dizia para que bolsonaristas continuassem em frente aos quartéis.
Reportagem do Diário de Goiás havia mostrado que manifestantes bolsonaristas ficaram inconformados com o posicionamento e o relatório do Ministério da Defesa. “Tomamos chuva, fomos atropelados, passamos vergonha à toa? É isso? Caramba viu”, indagou um usuário no Twitter. “O que vão fazer? Ignorar solenemente. Desconsiderar e virar as costas para o povo. O povo já sabe o que aconteceu”, destacava outro.