O senador Marcos do Val (Podemos-ES) anunciou, na madrugada desta quinta-feira (2), a saída da política, após se envolver em discussões com políticos e grupos de direita na esteira da disputa entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN) pela presidência do Senado.
Do Val, que declarou voto em Marinho e se destacava na casa como apoiador de Jair Bolsonaro, cumprimentou e abraçou Pacheco e seu aliado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) pela vitória do senador mineiro.
Parlamentares como o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) e integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), então, questionaram o senador pelo gesto.
Uma montagem com assinatura do MBL chegou a apontá-lo como “traidor”, que teria declarado voto em Marinho e votado em Pacheco – a eleição para a presidência do Senado é secreta.
Em resposta, Do Val classificou a montagem como fake e compartilhou o vídeo abraçando Pacheco.
Ele afirmou que o presidente do Senado “é um amigo que tenho há quatro anos e, com a educação que aprendi com o meus pais, fui dar os parabéns pela vitória e aproveitei para perguntar se amanhã será pautado o meu pedido da CPI do Terrorismo. Nada mais do que isso!”, escreveu.
Pelo Instagram, ele ainda respondeu alguns usuários que o estavam atacando. Em um deles, disse que estava “contando os dias para largar esse mandato”. “Vocês não merecem o meu esforço”, afirmou Do Val.
O senador também abriu uma live no Instagram, onde entrou em uma discussão com o ex-deputado estadual paulista Arthur do Val (Mamão Falei) e Renan Santos, ambos do MBL.
“Adeus é a melhor solução”
A publicação anunciando a decisão de deixar a política foi feita duas horas depois.
“Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política (…) Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do Senado e voltarei para a minha carreira nos EUA”, escreveu.
Na postagem, ele disse que perdeu a convivência com a família, em especial com a filha.
“Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma. Nada existe de grandioso sem paixão. Essa paixão não estou tendo mais em mim. As ofensas que tenho vivenciado, estão sendo muito pesado para a minha família”, disse.
“Desculpem, mas meu tempo, a minha saude até a minha paciência já não estão mais em mim! Por mais que doa, o adeus é a melhor solução para acalmar o meu coração”, finalizou.
Eleito em 2018, ele ainda teria quatro anos de mandato pela frente. A primeira suplente eleita na chapa de Marcos do Val em 2018 foi Rosana Foerste, que à época era filiada ao PPS (agora Cidadania).