Ao menos duas mulheres denunciaram um técnico de enfermagem que estava importunando sexualmente as pacientes dentro posto de saúde do bairro Mariana, zona leste de Porto Velho. Segundo relato das vítimas à Polícia Militar (PM), o suspeito agia sempre do seguinte modo: primeiro aplicava uma injeção nas mulheres alegando ser uma técnica para as nádegas não ficarem doloridas e depois esfregava o pênis nas vítimas.
O técnico de enfermagem foi preso na noite de quinta-feira (10) e de acordo com um boletim de ocorrência, a qual o g1 teve acesso, o pai de uma das vítimas foi quem acionou a PM.
Segundo esse homem, sua filha havia ido ao posto de saúde na zona leste da capital e ao chegar em casa revelou ter sido importunada sexualmente pelo técnico após aplicação de injeção.
A paciente ainda disse ao pai que após a injeção, o funcionário informou que se utilizaria de uma ‘técnica’ nas nádegas da mulher, para que o local não ficasse dolorido. Neste instante ele começou a esfregar o pênis na vítima.
Após ser abusada, a mulher contou ao marido sobre o ocorrido na sala da UBS. O esposo, irritado, partiu para cima do técnico e os dois discutiram.
Com um capacete na mão, o marido da vítima golpeou o funcionário do posto.
Mais de uma vítima
Quando foi ao posto de saúde para atender a ocorrência, os policiais se deparam com uma segunda vítima da importunação sexual, praticada pelo mesmo técnico de enfermagem.
A mulher relatou aos policiais que ao tomar a injeção, o servidor perguntou se ela era casada e informou que aplicaria uma técnica de massagem nas nádegas dela. Depois de aplicar a injeção, o homem repetiu o mesmo ato de esfregar o órgão sexual na vítima.
Diante dos fatos, a PM deu voz de prisão ao técnico de enfermagem pelo crime de importunação sexual. O esposo da vítima e o amigo dele também receberam voz de prisão pelo crime de lesão corporal, pois atacaram o servidor. Todos eles foram levados à Central de Flagrante para as devidas providências legais.
Ao g1, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou ter tomado conhecimento da ocorrência.
“A secretaria lamenta profundamente o ocorrido. A pasta ressalta que está contribuindo de todas as formas para que os fatos sejam esclarecidos, e que está verificando junto à coordenadoria jurídica o procedimento legal a ser seguido diante desta situação”, diz.
Importunação sexual
Ao g1, o defensor público, professor e comentarista na Rede Amazônica, Fábio Roberto, explicou que desde 2018 o crime de importunação sexual é passivo de penalidade.
“Hoje a importunação sexual ainda é uma realidade da sociedade brasileira. A gente tem que coibir sim, denunciar às autoridades policiais. Isso para que os responsáveis por essa conduta estejam presos e que o código penal seja respeitado”.
A pessoa que comete crime de importunação sexual pode pegar de um a cinco anos de prisão, além de pagar indenização.
“Antes, a importunação sexual era uma contraversão penal que não admitia nem prisão, mas a partir de 2018, com a inclusão desse tipo penal no código penal, essa prática de passar a mão em partes intimas sem autorização, se masturbar em uma ônibus, coletivo, isso hoje é uma prática que gera prisão sim”, afirma o defensor.
Por Jheniffer Núbia, g1 RO