Patrick Cardoso dos Santos, acusado de assassinar o jovem João Victor Pereira de Amorim, de 21 anos, se entregou à Polícia Civil na tarde de sexta-feira (27), em Porto Velho (RO). O momento em que ele é conduzido pelas autoridades foi registrado em vídeo e divulgado logo após a apresentação. As informações são do Portal G1.
De acordo com a defesa, Patrick compareceu voluntariamente à delegacia, em um ato coordenado por seus advogados, após tomar conhecimento de que havia um mandado de prisão em aberto contra ele.
O crime que chocou a capital
O homicídio ocorreu no dia 28 de maio. João Victor foi abordado por um motociclista enquanto saía do trabalho com sua namorada. Câmeras de segurança mostram o momento em que o suspeito para no cruzamento, desce da moto e dispara várias vezes contra o jovem, que morreu ainda no local. A namorada, apesar do susto, não foi atingida.
Desde então, Patrick estava foragido. Nesta semana, a Polícia Civil divulgou a imagem do suspeito e solicitou ajuda da população por meio de um canal de denúncias anônimas.
Versão do suspeito
Antes de se entregar, Patrick concedeu entrevista exclusiva ao g1, onde declarou estar arrependido. Ele contou que, embora não conhecesse a vítima pessoalmente, ambos vinham trocando mensagens por intermédio de terceiros.
Segundo Patrick, as ameaças começaram de forma sutil, mas se intensificaram com o envio de fotos de armas de fogo e a informação de que João sabia onde ele e sua família moravam.
“No início, deixei pra lá. Mas depois ele mandou fotos armado e dizia que sabia onde eu trabalhava, onde minha família morava. Entrei em pânico”, afirmou Patrick, visivelmente abalado.
O suspeito revelou que é pai de duas meninas, uma de um ano e outra de seis. Ele trabalhava em uma empresa de internet e, após o crime, perdeu o emprego.
“Nunca fui envolvido com crimes. Sempre trabalhei, cuidei das minhas filhas. Hoje, minha vida está destruída. Só quero pagar pelo que tiver que pagar e tentar recomeçar.”
Próximos passos no processo judicial
A defesa de Patrick afirmou que ele inicia agora o cumprimento de prisão provisória. Os advogados informaram que pretendem pedir a revogação da prisão preventiva após a primeira fase do Tribunal do Júri.
De acordo com a equipe jurídica, o objetivo é apresentar provas e depoimentos que comprovem que Patrick agiu sob forte pressão psicológica, o que pode abrir espaço para alternativas como a prisão domiciliar, especialmente devido à sua condição de pai responsável por duas crianças pequenas.
Investigação continua
A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer todos os detalhes da motivação e circunstâncias do crime. As imagens das câmeras de segurança e os depoimentos colhidos até o momento são considerados peças-chave no inquérito.
Enquanto isso, familiares e amigos de João Victor seguem em busca de justiça, pedindo que o caso não caia no esquecimento e que os trâmites legais avancem com celeridade.