O suspeito de matar uma adolescente de 15 anos em uma festa clandestina em Maringá, no norte do Paraná, se apresentou e prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (11).
Luís Gustavo estava acompanhado do advogado e negou qualquer envolvimento no crime. Mesmo com um mandado de prisão temporário expedido, ele não foi preso porque a Legislação Eleitoral não permite.
Ingrid Vitória tinha 15 anos e estava no evento clandestino acompanhada por parentes na madrugada de domingo (8). A família diz que ela e os demais familiares não participavam da festa, tinham saído para dar uma volta e pararam no local porque encontraram conhecidos.
A adolescente conversava com algumas pessoas conhecidas quando foi baleada na cabeça. Ela foi socorrida pelo pai e levada de carro até o encontro de uma ambulância do Corpo de Bombeiros.
A menina não resistiu e morreu dentro da ambulância.
Nesta quarta-feira, a mãe de Ingrid pedia por Justiça ao esperar o suspeito se apresentar na delegacia.
“Queria que ele ficasse preso, mas isso não vai amenizar a minha dor, não vai trazer a minha filha de volta”, disse Valéria Marques Julio.
O pai da menina, Antônio Roberto Regina, contou que além de ter que conviver com a dor da perda, estava revoltado porque o suspeito não ficou preso.
“A dor não vai diminuir, se apagar nunca mais, não será amenizada. O que fico mais revoltado é porque ele entrou na delegacia rindo da nossa cara, como se a minha filha fosse um lixo. Saber que por causa das eleições ele não vai ficar preso, isso é muito revoltante. Falei para a minha esposa, nós queremos a justiça de Deus porque a da Terra não será feita”, desabafou o pai de Ingrid.
O delegado de Homicídios, Diego Almeida, disse não ter dúvidas de que o homem que se apresentou na delegacia foi o autor dos disparos.
Almeida afirma que cinco testemunhas o reconheceram, tanto por fotografia quanto de forma presencial, como responsável pelo crime.
No interrogatório, Luís Gustavo confirmou que estava na festa, mas que não efetuou qualquer disparo, ainda segundo a polícia.
“Contra ele há um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, só que por conta da Legislação Eleitoral somos impedidos de cumprir. A lei prevê que cinco dias antes e 48 horas depois das eleições ninguém pode ser preso”, disse o delegado.
A defesa de Luís Gustavo afirmou que os fatos serão esclarecidos, pois o cliente tem uma história bem consistente.
O advogado José Luiz Ragiotto afirma que o cliente disse quais eram as pessoas que estava junto e qual era o carro que estava na noite da festa clandestina, diferente do apontado pela polícia.
Por RPC Maringá