Um dos suspeitos de assassinar Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador, foi morto em Quito na noite de quarta-feira (9). A informação foi confirmada pelo Ministério Público do país.
O suspeito, que ainda não teve a identidade divulgada, foi atingido durante uma troca de tiros com seguranças pessoais do candidato. Gravemente ferido, ele chegou a ser transferido para a Unidade de Flagrantes de Quito, mas não resistiu.
“Uma ambulância dos bombeiros confirmou a morte dele”, disse o ministério.
O órgão também informou que, até o momento, outras nove pessoas ficaram feridas durante a troca de tiros, entre eles uma candidata a deputada e dois policiais.
O assassinato
Villavicencio foi morto na noite de quarta-feira (9) ao deixar um comício no Anderson College, na cidade de Quito, capital do Equador.
Ele foi baleado várias vezes depois de já estar dentro do carro no qual sairia do local.
Na semana passada, ele havia denunciado ameaças que vinha recebendo de uma facção criminosa, mas disse que se recusava a usar coletes à prova de balas em seus comícios.
Após a morte de Villavicencio, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador [órgão eleitoral máximo do país] repudiou o crime e disse que tais de violência maculam o o pleito e da democracia.
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, também lamentou a morte: “Indignado e chocado com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à esposa e filhas. Pela sua memória e pela sua luta, garanto-vos que este crime não ficará impune”.
A eleição presidencial do Equador
A eleição presidencial do Equador está marcada para ocorrer no domingo (20), de forma antecipada.
A antecipação foi feita depois que o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, dissolução da Assembleia Nacional, reduzindo o tempo de seu próprio mandato.
Após assassinato, principais postulantes à Presidência do Equador se pronunciaram nas redes sociais, alguns informaram a suspensão de suas campanhas. Eles também lamentaram o ocorrido e pediram apuração do crime.
Bem colocado na pesquisas
Villavicencio, do El Movimiento Construye, era um dos principais candidatos à Presidência do Equador. Nas pesquisas de opinião, ele oscilava entre a segunda e a quinta colocação.
As avaliações de tendências eleitorais do país são deficientes em comparação a de outros países da América do Sul como Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem institutos com maiores índices de acerto.
Em junho, segundo o Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag), Villavicencio estava em quarto lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Luisa González, do partido Revolução Cidadã (30%); Otto Sonnenholzner, da aliança “Vamos Agir” (13%); e Yaku Pérez, da coligação “Claro que é possível” (11%).
Em 20 de julho, a Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, apontou que Villavicencio estava em segundo, com 13,2%, atrás apenas de Gonzáles (26,6%) e à frente de Pérez (12,5%) e Sonnenholzner (7,5%).
Texto: Pedro Jordão*
*Com informações de Fábio Mendes, da CNN