A juíza da 1ª Vara Criminal de Sorriso, Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, recebeu o laudo técnico da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) referente à sanidade mental de Lumar Costa da Silva, 28 anos, responsável por matar e arrancar o coração da própria tia, Maria Zélia da Silva Cosmos, 55 anos, no bairro Vila Bela, em Sorriso (420 quilômetros de Cuiabá), em julho de 2019.
No laudo feito pela psiquiatra Luana Peres Frick, emitido no último dia 22 deste mês, consta que Lumar tem insanidade mental e que ele não possui condição de convívio em sociedade. Por isso, a psiquiatra recomenda que o acusado seja encaminhado imediatamente para tratamento psiquiátrico vitalício após ele ser constado com a seguinte síndrome: transtorno afetivo bipolar.
Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo. Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles.
Lumar foi submetido a exame de insanidade mental por cerca de duas horas e meia em no dia 26 de novembro de 2019, em Cuiabá. O pai do acusado, Gilmar Costa da Silva, foi ouvido e, segundo ele, seu filho foi uma criança e um adolescente introspectivo, mas sem problemas com aprendizado.
Na ocasião, Lumar declarou que durante a infância foi agredido verbalmente e fisicamente, principalmente pela mãe dele. Ele alega que sua ela batia a cabeça dele na parede, principalmente nos momentos do banho e o ofendia ao dizer que “ele não era ser humano”, “que ele não prestava”.
Ainda nas declarações durante o exame, Lumar disse que quando residia em Sorriso “sentia bastante euforia”; “que dançava por cerca de três horas seguidas”; “que andava por horas sem se sentir cansado”; “tinha insônia e alucinações”.
Ele também afirmou “escutar vozes do universo que diziam que ele era uma pessoa escolhida”; que “tinha delírios”; que “era alguém de super poderes e escolhido por Deus”. Lumar também falou que tinha alterações de humor, que estava irritado e brigava com todas as pessoas do trabalho e, por isso, acabou sendo demitido.
Disse, ainda, que tinha relações sexuais por até cinco horas consecutivas. Ele relatou que no dia do crime estava sob efeito de LSD e “não tinha noção do que era realidade e do que era fantasia”.
O caso
Maria Zélia da Silva Cosmos, 55 anos, foi morta e teve seu coração no bairro Vila Bela, em Sorriso (420 quilômetros de Cuiabá), no dia 2 de julho de 2019. O acusado de cometer o crime é seu próprio sobrinho, Lumar Costa da Silva, 28 anos. Além disto, o suspeito ainda tentou sequestrar uma menina de sete anos, mas acabou impedido por vizinhos.
Segundo as informações da Polícia Militar, o jovem foi até a casa de Patrícia Cosmos, filha de Maria e disse que havia matado a vítima, arrancado o seu coração e o colocado dentro de uma sacola plástica.
Depois, o acusado ainda disse para a mulher que era apaixonado pela filha de Patrícia, de apenas sete anos e que iria levá-la com ele. Um vizinho percebeu a movimentação e impediu que a menina fosse sequestrada.
Momentos depois, o suspeito invadiu a subestação da Energisa, que fica próximo ao Corpo de Bombeiros e jogou o veículo contra os motores. Ele acabou preso pela Polícia Militar.
Segundo familiares, Lumar é uma pessoa bastante inteligente, fala dois idiomas e já trabalhou em uma multinacional de São Paulo. O comportamento do homem mudou após ele começar a usar drogas e ter uma briga com a mãe. A vítima, que era muito religiosa, não aceitava que ele utilizasse entorpecentes na sua casa, até que o expulsou.
As informações são do site Portal Sorriso.