A brasileira Suzan Christian Barbosa Ferreira, de 42 anos, foi encontrada morta no canteiro de uma rodovia que passa pela área rural do Condado de Washtenaw, na região de Detroit, no estado do Michigan (EUA). A suspeita é de que se trate de um crime sexual, pois o corpo foi achado sem roupas. A família de Suzan é de Pedro Leopoldo, município da Grande Belo Horizonte.
O corpo da brasileira foi encontrado em 30 de julho, mas a história só veio à tona porque a família criou uma vaquinha eletrônica para trazê-lo de volta ao Brasil. Segundo uma das irmãs de Suzan, Roberta Barbosa Ferreira, ela estava nos Estados Unidos há cerca de 30 dias. Foi sozinha e a trabalho.
Desaparecimento
A família percebeu que havia algo de errado quando tomou conhecimento de que Suzan estava desaparecida há uma semana — até que o corpo foi encontrado em 30 de junho. “Ela era a única que tinha visto e, por isso, fez a viagem. Não tinha desavenças no Brasil e não usava drogas. A gente só sabe que foi um crime sexual porque foi encontrada nua”, disse Roberta.
De acordo com a imprensa local, a polícia de Detroit recebeu uma denúncia de que havia um cadáver na área rural do Condado de Washtenaw. “Eles localizaram o corpo de uma mulher ao longo da Earhart Road, ao norte da 6 Mile Road”, publicou o site CBS News. Até agora, não se sabe qual é a causa da morte de Suzan.
A família, agora, luta para trazer o corpo para fazer o sepultamento no Brasil. Os custos para essa operação seriam em torno de R$ 100 mil e, por não ter tal recurso, a família recorreu a uma vaquinha eletrônica.
“Suzan estava nos Estados Unidos quando sua vida foi interrompida de forma cruel e abrupta. Após sete dias desaparecida, ela foi encontrada sem vida em uma área rural dos EUA. Como os custos para trazer o corpo são altos e nossa família não dispõe desses recursos, pedimos gentilmente sua colaboração para que possamos dar um último adeus à nossa querida irmã”, explica Roberta na página voltada para a arrecadação. Até ontem à tarde, os parentes de Suzan tinham arrecadado em torno de R$ 15 mil.
O Ministério das Relações Exteriores diz prestar apoio, mas custos com o traslado do corpo são responsabilidade da família. O MRE disse que “por meio do Consulado-Geral do Brasil em Chicago, tem conhecimento do caso e está em contato com as autoridades locais e com os familiares da cidadã brasileira, para prestar a assistência consular cabível”.
No caso de morte de cidadãos brasileiros no exterior, as embaixadas e consulados dão orientações gerais aos parentes, apoiam seus contatos com o governo local e cuidam da expedição de documentos — como o atestado consular de óbito. Porém, o Ministério das Relações Exteriores não ajuda financeiramente nem contribui com a logística para trazer o corpo de volta. Tudo isso é de responsabilidade dos parentes da pessoa morta. “O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9 199/2017”, frisa o MRE.
Por Fabio Grecchi* (Com Agência Estado)