O aclamado repórter investigativo Roberto Cabrini foi impedido de entrar na Ilha de Marajó, no Pará, enquanto tentava fazer uma matéria sobre sérias alegações de exploração sexual de crianças e tráfico de menores na área. As alegações, que não são recentes, receberam nova luz após o destaque da canção “Evangelho de fariseus” da artista Aymeê, que enfatiza os problemas sociais e ambientais vividos na ilha amazônica. Cabrini compartilhou um vídeo dialogando com seguranças acerca de sua proibição de adentrar o local. O repórter visitou a área para filmar um segmento planejado para o Domingo Espetacular, na Record TV.
De acordo com a cantora Aymeê, é frequente a prostituição de crianças entre 5 e 7 anos em troca de quantias insignificantes, uma situação alarmante pela normalização da pedofilia e exploração sexual.
As afirmações da artista reacenderam o diálogo sobre esses problemas, que já tinham sido previamente denunciados, inclusive por Damares Alves, antiga ministra dos Direitos Humanos, que foi alvo de críticas e chegou a ser chamada de “louca” ao fazer tais acusações. Em reação aos debates recentes, personalidades e influenciadores digitais lançaram a campanha #justicaporMarajo, clamando por resoluções para os crimes relatados.
Anteriormente, Damares e a União foram processadas pelo Ministério Público Federal, que solicitava uma indenização de R$ 5 milhões para a população do Marajó devido a alegadas falsas acusações de “práticas sexuais violentas e torturas com crianças”. Apesar disso, a ex-ministra negou tais alegações, destacando sua batalha contra os abusadores e exploradores sexuais na área.
Os problemas persistem no Marajó, apesar das campanhas e esforços, como o programa “Abrace o Marajó”, implementado durante a gestão de Damares. Esses problemas foram exacerbados pela pandemia e pelas mudanças políticas que interromperam ou redirecionaram os fundos para a região. No entanto, a nova visibilidade trazida pelo envolvimento de Aymeê e outros artistas, espera-se que haja uma mobilização mais eficaz da sociedade e das autoridades para proteger as crianças do Marajó e combater os crimes que têm devastado a ilha por décadas.