Próximo de completar um ano na cadeia, o cantor Cleverson Siebre, conhecido como Kevyn, foi solto na tarde desta sexta-feira (24) por determinação da Justiça. Ele foi apontado como suspeito de matar a namorada Tatila Portugal, 24 anos, e simular suicídio. Nos últimos dias um laudo, realizado pela Polícia Federal, causou uma reviravolta no caso, opinando que Tatila cometeu mesmo suicídio, o que motivou o próprio Ministério Público concordar com a defesa, opinar pela impronuncia de Cleverson e pedir sua liberdade. “Pois bem, considerando a prova nova produzida e trazida pelo Ministério Público, percebe-se que não há elementos que autorizem a pronúncia do acusado pelos crimes descritos na denúncia, pois o conjunto probatório não restou suficientemente demonstrada a existência de crime e/ou que ele tenha sido o autor do crime, devendo os memoriais apresentados anteriormente pelo Ministério Público serem desconsiderados”.
O fato aconteceu no dia 20 de setembro de 2.020, em um apartamento, localizado no município de Ariquemes.
No dia em que a vítima foi encontrada morta pelo seu namorado dentro do seu próprio apartamento, Cleverson relatou que tinha passado o dia em um sítio com a vítima e os dois teriam ingerido bebida alcoólica.
Chegando no apartamento, os dois acabaram discutindo. Aos policiais que atenderam a ocorrência, ele relatou ainda, que para não piorar a situação, ele saiu do local.
Ao retornar, ele disse que encontrou a namorada morta, pendurada em uma corda, dentro do apartamento. Cleverson relatou que pediu ajuda para vizinhos, Tatila foi socorrida até a UPA da cidade, mas já chegou morta.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as contradições sobre a morte de Tatila. O laudo pericial feito pelo IML apontou que as lesões encontradas no corpo da jovem não eram compatíveis com a corda usada no suposto suicídio.
Por conta disso, o delegado responsável por investigar o caso, representou pela prisão temporária do cantor, a justiça deferiu e os policiais cumpriram. Logo depois, durante o andamento das investigações, a prisão foi convertida para preventiva, onde Cleverson continuou preso aguardando julgamento. Ele era acusado de cometer crime de feminicídio.
Reviravolta no caso
O laudo pericial anexado aos autos nesta semana foi feito no celular da Tatila Portugal e apontou que a jovem pode ter cometido suicídio. Em uma mensagem, a jovem conversa com uma mulher que ela a chamava de mãe e se despede, afirmando que iria tirar a própria vida.Ainda na mensagem, a mulher pede para Tatila não fazer o que estava pretendendo, mas ela diz: “Eu não aguento mais. Eu desisto de tudo”.
Defesa
Desde o início do caso, acusado e a defesa, sustentaram a mesma alegação, que a jovem teria cometido suicídio. Um parecer técnico, do assistente da defesa já havia constatado que a jovem havia cometido suicídio.
Ao RONDONIAGORA, o advogado Jacson da Silva, disse que Estado de Rondônia não conseguiu desbloquear o aparelho celular da jovem e foi necessário apoio da Polícia Federal de Brasília.
O advogado disse ainda, que a defesa já tinha elementos que comprovavam que a jovem tinha cometido suicídio. “Tínhamos conversas e áudios dela em falando com a responsável pela religião umbanda e com o padrinho dela dessa mesma religião. Ela conversou com os dois minutos antes de se matar”, disse Jacson da Silva, que atuou no caso com o advogado José Viana Alves.
Via Rondoniagora