A Polícia Boliviana, através da Felcn – Força Especial de luta contra o Narcotráfico, com o apoio da Polícia Federal, do Gefron e do Ciopaer, destruiu nesta segunda-feira (28) um laboratório destinado ao refino de cocaína no interior do Parque Noel Kempff, em área localizada a cerca de 1,8km da fronteira do Brasil. Quatro pessoas foram presas em flagrante: um colombiano, dois bolivianos e um brasileiro. O brasileiro detido foi encaminhado com os demais para cidade de Santa Cruz de La Sierra.
Novas imagens disponibilizadas pela Polícia Federal mostram a dificuldade das autoridades brasileiras e bolivianas em chegar a mega refinaria de cocaína, capaz de produzir 10 toneladas de entorpecentes por mês.
As imagens mostram a dificuldade de se acessar a refinaria. Ela está localizada no meio da mata fechada. Próximo, está o rio Guaporé. Os criminosos ainda dispunham de duas pistas de pouso para chegar ao local.
A “indústria” da droga foi destruída ainda no local. A operação envolveu agentes da Polícia Federal, do Gefron (Grupo Especial de Fronteira) e a polícia boliviana.
LUCRO DE R$ 100 MILHÕES
Segundo a Polícia Federal, trata-se de uma das maiores estruturas empregadas para o refino de cocaína já desarticuladas na região, em um meticuloso trabalho desenvolvido através da cooperação entre as forças policiais do Brasil e da Bolívia.
No local foi encontrado pelos policiais bolivianos farto material para o refino, incluindo insumos da mesma natureza daqueles que foram apreendidos em julho de 2021 pela Polícia Civil em Comodoro/MT, além de equipamentos como destilador e um potente gerador, enterrado no subsolo do local e grande quantidade de cocaína que será pesada em Santa Cruz de La Sierra.
No laboratório ainda havia um sofisticado sistema de internet via satélite, rádio comunicadores, depósito de combustível, diversas redes, em uma espécie de dormitório, televisão, geladeira fogão e um refeitório. O esquema visava um lucro milionário, estimado em mais de R$ 100 milhões por mês. “A gente estima que eles poderiam fabricar aproximadamente dez toneladas por mês. Refinado 10 toneladas por mês, poderíamosdizer que o lucro é de R$ 100 milhões”, falou o delegado Sérgio Sadao Mori.
Há aproximadamente dois anos, o Núcleo de Inteligência do Gefron e a Delegacia de Polícia Federal de Cáceres vinham recebendo informações de que, na região do Rio Guaporé, município de Comodoro/MT, fronteira entre o Brasil e a Bolívia, haveria uma refinaria de cocaína.
Policiais suspeitam que a pasta base de cocaína vinha até o laboratório de avião, em grandes quantidades, e ali era refinada até se transformar em cloridrato de cocaína (cocaína em pó).
Posteriormente era embalada, atravessava o rio Guaporé com destino ao Brasil, onde era colocada em barcos ou caminhonetes e embarcada para caminhões em Comodoro/MT.
As investigações terão continuidade para identificar os indivíduos envolvidos seja no refino ou no transporte da substância entorpecente no Brasil, além das rotas utilizadas e destino final da droga.
Via Folha Max