Quem era a enfermeira morta e que teve corpo coberto com cal e o que se sabe sobre o crime

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Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves. (Redes Sociais)

assassinato da enfermeira Íris Rocha de Souza, de 30 anos, encontrada morta em uma estrada de chão no interior de Alfredo Chaves, chamou a atenção pela brutalidade e causou comoção não apenas no Estado, como também nacionalmente. Grávida de oito meses, a vítima era mestranda em Ciências Fisiológicas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e ainda coordenava uma pesquisa em um hospital de Vitória.

Segundo a Polícia Civil, o caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia (DP) do município, e não há informações sobre detidos. Ainda não se sabe como foi a dinâmica do crime, nem o que motivou o homicídio.

Descoberta do corpo

Íris foi encontrada morta por um policial de folga na última quinta-feira (11), em uma estrada rural que liga Matilde a São Bento de Urânia. A vítima tinha duas perfurações no tórax. Consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar que a identificação foi difícil, já que ela estava coberta de cal – um material utilizado na construção civil. No local, foram encontradas cinco cápsulas de pistola calibre .40.

Apesar de ter sido encontrada na quinta, familiares apenas souberam do caso na segunda-feira (15), quando foram reconhecer o corpo no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, também no Sul capixaba.

Segundo familiares, a jovem teria feito o último contato com a mãe, Márcia Rocha, por WhatsApp na quarta-feira (10). Na conversa, a enfermeira tinha dito que iria para a casa dela no final de semana. O corpo de Íris foi localizado no dia seguinte, com apenas um cartão de crédito.

A enfermeira morava em Jacaraípe, na Serra. Parentes disseram que não havia motivos para ela estar em Alfredo Chaves, já que não costumava ir para lá e nem tinha contatos na cidade.

Quem era

A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Ufes, e atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), na Capital. Conforme explicou a instituição, ela coordenava o estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica no Brasil.

Íris Rocha de Souza, grávida de 8 meses assassinada em Alfredo Chaves. (Acervo familiar)

Além do bebê que esperava, Íris deixou um filho de 8 anos. Durante o velório no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, familiares contaram à TV Gazeta que o neném chegou a passar por autópsia e foi recolocado no ventre da mãe, para ser sepultado junto dela. O enterro ocorreu nesta terça-feira (16).

Em entrevista à imprensa, a mãe da vítima descreveu a vítima como uma pessoa “meiga” e “trabalhadora”.

Uma pessoa meiga, amada, trabalhadora, muito dedicada. Ela ficava cuidando das pessoas e tinha muito orgulho disso. Fazia com muito carinho e as pessoas gostavam dela, do trabalho que ela fazia 

Márcia Rocha – Mãe de Íris

Família

Emocionada durante o velório, Márcia Rocha também pediu por justiça e contou como soube da morte da filha.

“A polícia descobriu um cadáver como se fosse jogado na mata de Alfredo Chaves e aí foi confrontar com todas as ‘Íris’, porque havia só um cartão com nome Íris (com a vítima), mas podia ser qualquer Íris. E aí chegou até mim. No final a gente percebeu que era a Íris, minha filha querida, amada, tão jovem, tão cheia de sonhos”, detalhou.

A gente precisa que seja feita a justiça, porque foi uma maldade que fizeram com ela. Grávida de 8 meses de uma menina que ia se chamar Rebeca e nasceria no máximo dia 20 de fevereiro

Márcia Rocha – Mãe de Íris

Entidades lamentam

Após a repercussão do caso, a Ufes, instituição onde ela estudava, publicou uma nota de pesar. “Ela parte deixando-nos muitas lições de coragem e resistência, mas também um sorriso permanente a qualquer um que a encontrasse. Que a família e amigos tenham consolo e serenidade para atravessar esta tempestade.”

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também lamentou. “É com um sentimento de consternação e tristeza que recebemos a notícia do falecimento da Íris. Esse caso deixa um vazio imensurável na Enfermagem do Espírito Santo. Expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho, e nos solidarizamos nesse momento de dor e perda”, disse Wilton José Patrício, presidente do conselho.

Investigações

Por volta das 18h desta terça (16), a Polícia Civil informou que nenhuma outra informação seria repassada, “para que a apuração seja preservada”. 

Texto: Maria Fernanda Conti, Vinicius Zagoto, Júlia Afonso* e Mikaella Mozer*

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