Em uma reviravolta, um homem de 20 anos e dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram presos na noite de segunda-feira, 15, suspeitos de terem roubado e matado três motoristas de aplicativo que estavam desaparecidos desde o dia 11 deste mês, em Cuiabá e Várzea Grande (MT).
Os três foram encaminhados no fim da noite de segunda para a sede da DHPP, interrogados e autuados em flagrante pelos crimes e atos infracionais análogos, respectivamente, a roubo majorado pelo concurso de pessoas, por restringindo a liberdade das vítimas, grave ameaça com emprego de arma branca e resultado morte em decorrência da violência e ocultação de cadáver das vítimas. O adulto responderá ainda por corrupção de menores.
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, eles confessaram friamente a execução dos crimes e indicaram os locais onde ocultaram os corpos das vítimas. “Eles deixaram claro que não iriam parar e que o objetivo deles, além de ficar com o veículo, era matar a vítima do roubo. Independente dela reagir ou não, independente dela pedir pela sua vida ou não, ela iria morrer de qualquer forma”, disse Farias.
Os policiais reforçaram que os jovens falaram em “sentir prazer” com as mortes, como se fosse uma espécie de compulsão.
Localização dos Corpos
Os corpos de Márcio Rogério Carneiro, 34 anos e Elizeu Rosa Coelho, 58 anos, foram localizados no bairro Jardim Petrópolis, na região do Chapéu do Sol, e em um lixão próximo do Capão do Pequi, ambos em Várzea Grande. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP) continua com as diligências nesta terça-feira para encontrar o corpo da terceira vítima, Nilson Nogueira, de 42 anos.
Sobrevivente do Ataque
Um outro homem, que não teve a identidade divulgada também foi sequestrado pelo trio, mas sobreviveu. Ele teria sido a primeira vítima do grupo, e, clamando por Deus, apelou pela vida para os criminosos, que não o mataram.
Os Desaparecimentos
As investigações da DHPP iniciaram na manhã de sábado, 13, após a equipe do Núcleo de Desaparecidos (NPD) receber informações sobre a primeira vítima, Elizeu Coelho. Depois, veio a comunicação do desaparecimento dos outros dois motoristas de aplicativos, Nilson Nogueira e Márcio Rogério Carneiro.
Modus Operandi
Segundo a Polícia Civil, a análise de imagens de câmeras de segurança, entre outras diligências realizadas pela DHPP, possibilitou a identificação dos três suspeitos que foram vistos próximos do carro da primeira vítima, no Cristo Rei.
Eles estavam com as mesmas roupas em que apareceram nas imagens das câmeras. Ao serem abordados, perto da UPA do Cristo Rei, o trio confessou os crimes e apontou onde estavam os corpos de duas vítimas.
Ainda de acordo com os delegados, os homens abandonavam os carros em uma técnica chamada de “esfriar”. “Eles deixavam esfriar o veículo para ver se tinha algum rastreador. E aí, como tinha rastreador, os veículos foram recuperados. Isso aí é um modus operandi de quem faz subtração de veículos automotores”, explicou.