Na manhã de ontem, policiais militares do Patrulhamento Tático Móvel (PATAMO) e o Núcleo de Inteligência (N.I), do 3º Batalhão da PM de Vilhena foram até uma área rural no distrito do Guaporé, pertencente a Chupinguaia, a cerca de 90 km de Vilhena. A propriedade está sendo alvo de uma reintegração de posse na justiça. O Ministério Público pediu a operação policial, após denúncias de que pessoas estavam usando armas de fogo de maneira ostensiva, sendo apontados como “jagunços”
Ao chegarem ao local, os policiais tiveram que seguir a pé, uma vez que a porteira estava trancada. Quando chegavam à sede da fazenda, os militares viram uma pessoa correr em direção a uma mata próxima. Enquanto os policiais interrogavam outro ocupante da casa, o homem que havia corrido retornou na mata e não soube explicar a fuga depois de ver as guarnições.
Ao verificar o local onde o suspeito havia ido, os PMs encontraram, no meio na mata, a mochila que ele havia levado até lá. Na área, quatro armas de fogo, além de munições de “ponta oca” foram encontradas: um rifle de fabricação mexicana, uma espingarda, uma pistola e um revólver.
Na casa, dentro de um balde usado para guardar milho, foram encontradas mais munições e armas, inclusive a pistola furtada de um policial militar, em Vilhena, no ano passado, enquanto ele participava de um culto religioso.
Neste momento, chegou ao local um homem de 62 anos, dizendo-se gerente da propriedade e responsável pelas armas. Este idoso é pai do homem encontrado na casa. Os militares continuaram as buscas e rastrearam, enterradas nas imediações, um tubo de PVC com mais quatro armas, sendo elas: uma espingarda de marca ROSSI calibre 12, Uma espingarda de marca ROSSI, calibre 16 cano cerrado, uma carabina de marca ROSSI, modelo PUMA, calibre .44-40, uma carabina de pressão modificada para utilizar munições de calibre .22 e uma sacola contendo uma grande quantidade de munições de diversos calibres dentre eles munições calibre .40, calibre .44, calibre .380, calibre .38, calibre 12, calibre 16, calibre 28 e calibre .22. No local também foram encontrados toucas ninjas e coldres para portar armas. Ao todo foram apreendidas seis espingardas, duas pistolas, um revolver e mais de cem munições de diversos calibres.
Ao justificarem o armamento, os suspeitos disseram que vinham sendo extorquidos por uma figura conhecida nos meios policiais de Vilhena por envolvimento em invasões de terras na região. Este acusado teria exigido R$ 600 mil para que o grupo permanecesse na terra, o que não foi aceito. Nova proposta, de R$ 120 mil foi feita e também recusada.
Parte das armas foi adquirida, segundo os suspeitos, junto ao irmão de um comerciante de Vilhena, que ofereceu o arsenal em troca de manter cerca de 450 cabeças de gado na propriedade em litígio. Ele também será investigado.
O grupo detido também deu os nomes de dois “jagunços” que teriam ido à fazenda praticar a extorsão, a mando de um terceiro, acusado por agricultores de outras propriedades de fazer o mesmo tipo de cobrança ilegal dos que moram nas áreas em litígio. Ele estaria fazendo ameaças de colocar “sem-terra” na propriedade ocupada.
Junto com o armamento, o grupo que estava na terra, mais os dois “jagunços” e o líder deles, denunciado por extorsão, foi levado para a Unisp, onde três advogados compareceram para acompanhar os interrogatórios.
Via assessoria com Folha do Sul