Em Nova Brasilândia do Oeste (RO), há cerca de 15 dias, um pastor evangélico tentou matar a ex-esposa com golpes de facão, apenas uma semana após a separação. Segundo testemunhas, ele não aceitava o fim do relacionamento e tentou atingir a vítima, que conseguiu escapar e se escondeu atrás do caminhão de frete da família. A filha do casal, desesperada, acionou a Polícia Militar, que conseguiu deter o agressor. A mulher obteve medida protetiva da Justiça, e o pastor, que foi detido, está atualmente impedido de se aproximar dela.
Já no interior do Acre, um crime com desfecho trágico chamou atenção nacional. Em Capixaba (AC), cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, foi preso no início de junho de 2025 por assassinar a esposa Auriscléia Lima do Nascimento a golpes de facão. O crime chocou ainda mais ao se revelar que Natalino já havia sido condenado por um feminicídio brutal em 2000, quando estuprou e matou Silene de Oliveira Marcílio com 16 facadas. Na época, ele foi condenado a 27 anos de prisão, mas cumpriu apenas seis em regime fechado e teve a pena abrandada por “bom comportamento”.
De acordo com testemunhas, Natalino, que se apresentava novamente como “pastor”, não aceitava a separação e atacou a ex-esposa após uma discussão envolvendo a guarda dos filhos. Ele desferiu vários golpes de terçado contra Auriscléia, que morreu no quintal da residência. O acusado chegou a ficar escondido por quatro dias em uma mata, mas acabou preso pela Polícia Civil.
A semelhança entre os dois casos — o uso de arma branca (facão), o histórico de violência, a rejeição ao fim do relacionamento e o disfarce de figuras religiosas — levanta um alerta para a urgente necessidade de políticas públicas mais eficazes de proteção às mulheres e fiscalização do uso da religião como escudo por agressores.
Além disso, os casos ressaltam o papel fundamental de filhos, vizinhos e familiares na denúncia e no socorro às vítimas, como aconteceu em Nova Brasilândia, onde a intervenção da filha evitou um feminicídio.
Ambos os episódios mostram como a violência de gênero ainda está presente nas relações afetivas e familiares, independentemente do contexto social ou religioso, e reforçam a importância de não ignorar os sinais de agressividade, controlar a impunidade e promover a justiça para as vítimas.
Se você estiver sofrendo violência doméstica ou souber de alguém nessa situação, denuncie. Ligue 180. Sua vida importa.