O assassinato de Pablo Augusto Martinelli de Sousa, executado na cidade de Mirante da Serra por um disparo de arma de fogo na cabeça, na manhã de 30 de novembro de 2019, vai completar 3 anos e cinco meses no próximo dia 30, e até hoje o investigado Diego José da Silva que confessou o crime não foi julgado, sequer foi preso.
O rapaz foi morto por um disparo de arma de fogo na cabeça enquanto transitava com sua motocicleta na Rua Jorge Teixeira, no Setor 1, na cidade de Mirante da Serra.
O Correio Central teve acesso aos Autos do Inquérito. Há a narrativa desde o dia do homicídio de que havia uma suposta traição passional entre vítima e acusado, o que foi desmentido em depoimento pela mulher que seria o pivô e afirmou em depoimento à polícia, ter tido envolvimento anteriormente.
Outra declaração dela, que não foi levada em conta à época, foi a de que havia um ódio político entre Pablo e Diego que se odiavam por um (autor) ser bolsonarista “roxo”, e o outro (vítima) ser defensor do PT. Ela também relatou que no dia após a vitória de Bolsonaro, em 2018, uma postagem do acusado no facebook da vítima acirrou o ódio entre ambos, e chegou ter vias de fatos em determinada situação, e após a agressão o investigado passou a procurar por uma arma de fogo.
A investigação está em andamento desde 2019 e até o presente momento Diego não foi denunciado e segue sua rotina de vida normalmente.
Rosangela Aparecida Martinelli, mãe de Pablo Martinelli, há mais de três anos, ela luta e clama incansavelmente para que o caso não caia no esquecimento e o assassino continue impune.
A reportagem ouviu familiares da vítima e constatou que a mãe de Pablo nunca foi ouvida, e que pouco tempo antes do assassinato, a vítima do assassinato comentou com sua prima Jacqueline Martinelli Salustiano sobre estar sendo ameaçado por Diego. Assim como, a vítima confidenciou ao amigo Márcio Lima que estava sendo ameaçado de morte e por tal razão compraria uma arma. Estas pessoas também nunca foram ouvidas.
PERÍCIA NO CELULAR DO SUSPEITO
A família cobra respostas da Justiça, e questiona o fato de o celular da vítima ter sido apreendido logo após o homicídio e ainda não havia passado pela perícia de extração de dados telemáticos – perícia simples para verificar possíveis conversas, troca de mensagens, ligações entre Pablo e seu algoz.
No dia do crime, populares que presenciaram o crime não quiseram se identificar em razão de medo por sofrerem represálias, mas informaram aos policiais que registravam a ocorrência no local que o autor do crime foi Diego Jose da Silva que foi localizado e, ao ser interrogado na Delegacia Civil, confessou o crime no dia 2 de dezembro do mesmo ano, mas nunca foi preso.
Somente no dia 17 de dezembro de 2022 por solicitação do Ministério Público, através da 3ª Promotoria de Justiça em Ouro Preto do Oeste, a Polícia Civil apreendeu o celular de Diego José da Silva em Mirante da Serra para a realização de Exame de extração de dados telemáticos, como consta no Inquérito Policial.
Laudo de Local de Crime também foi enviado pela Politec a 3ª Promotoria em 14 de dezembro de 2022. Após ser apreendido, o celular apreendido com o suspeito foi remetido para a Polícia Técnico-científica (Politec).
PRISÃO NEGADA
A Polícia Civil investigou o homicídio e identificou o autor, além de ouvir testemunhas. No entanto, em 17 de dezembro de 2019, o juiz José Antonio Barreto, à época respondendo pela Vara Criminal, negou o requerimento de prisão preventiva do suspeito, representado pela Autoridade Policial, sob a justificativa de estarem ausentes os requisitos presentes no art. 312 do CPP.
Foram ouvidas apenas duas testemunhas quando foi pedido a prisão, e o suspeito foi interrogado e liberado.
A família vive dias de angústia e espera que a movimentação do inquérito provocada pelo Ministério Público valide as provas apresentadas pela investigação conduzida pela Polícia Civil de Rondônia ainda em 2019.