A Justiça marcou para o dia 9 de outubro, às 14h, audiência de instrução e julgamento, sobre o caso da advogada Cristiane Tirloni. Ela foi estuprada, espancada e morta por asfixia pelo ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, no dia 13 de agosto.
O juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Wladymir Perri, ainda aceitou o pedido para que a filha de Cristiane atue como assistente de acusação. A decisão é do dia 7 de setembro.
“Hei de deferir a pretensão, justamente pelo grau de parentesco existente com a vítima, dessa forma, dou por habilitado seus advogados para atuarem no presente feito eletrônico, para tanto, deverá proceder com as devidas anotações”, disse o magistrado.
Ainda na decisão, Perri aceitou em partes a denúncia do Ministério Público Estadual (MPMT) e Almir virou réu pelos crimes estupro, homicídio qualificado e fraude processual. Ele se livrou de responder pelo crime de ocultação de cadáver.
Almir está preso na Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães, prisão especial a ex-militares. A decisão de mandá-lo para lá foi duramente criticada pelo Ministério Público Estadual, que recentemente pediu a transferência do ex-PM para um presídio comum.
Mais sobre o caso Cristiane Tirloni
O ex-PM e a advogada se conheceram na noite do dia 13 agosto, em um bar da Capital e logo após foram para a casa dele. Chegando no local, eles se desentenderam, pois Cristiane não quis realizar um ato sexual. Ele não aceitou a negativa e a espancou, estuprou e depois a assassinou por asfixia.
“Ambos foram para a casa de Almir, para momentos de maior intimidade, onde, em vez de encontrar carinho, respeito e amor, encontrou o desprezo à sua condição de mulher, a torpeza, a crueldade e a violência”, descreveu o promotor.
Almir matou Cristiane asfixiada. Ele pressionou a perna e joelho na barriga da vítima e, em seguida, utilizou um travesseiro para sufocá-la.
“Com efeito, o interior da residência do denunciado serviu de palco para um dos mais horrendos feminicídios praticados nesta capital de Mato Grosso”, completou.
Após matar a advogada, Almir limpou a casa para apagar as marcas de sangue. Em seguida, colocou a vítima dentro do carro e colocou um óculos escuros nela para simular que seria uma passageira.
Ele abandonou o corpo da advogada dentro do carro, próximo ao Parque das Águas, em Cuiabá.
Texto: Fernanda Escouto*