Em entrevista coletiva com a presença da equipe de investigadores da Delegacia de Homicídios de Vilhena, o delegado Núbio Lopes de Oliveira anunciou o indiciamento de Daniel da Silva de Oliveira, o “Magneto”, de 25 anos, pelos assassinatos de Keven Johanatan da Silva, que tinha 21 anos; e de Luana dos Santos da Anunciação, que tinha 19 e estava grávida de oito meses.
O crime aconteceu na noite do dia 16 de fevereiro de 2021. Segundo as investigações, Keven era o alvo da ação e Luana morreu tentando proteger o marido. As investigações apontaram também que Keven estava atuando na venda de drogas e que o motivo para a execução seria a saído dele de uma facção para integrar outra organização criminosa rival.
Naquela noite, o executor fingindo ser um “cliente”, chamou Keven no portal da residência na rua Florianópolis, bairro Embratel, em Vilhena. Mas, ao se aproximar, Keven teria reconhecido Magneto e voltou para dentro da casa. Magneto entrou atrás atirando. Os laudos do legista apontam sete perfurações de projetis no corpo de Keven, alguns na região lombar e nádegas, indicado que ele foi atingido pelas costas. Um dos tiros o atingiu na cabeça, causando a sua morte.
Já dentro da casa, e ainda atirando, Magneto atingiu também a jovem Luana, namorada de Keven, que estava grávida de oito meses. O laudo relata que apenas um tiro atingiu Luana. Foi na região torácica e atingiu seu coração, causando a morte em instantes. O bebê que ela carregava no ventre não resistiu. Luana e o filho que não teve a oportunidade de nascer, foram enterrados no mesmo caixão.
Testemunhas indicaram à polícia que o autor dos tiros que mataram o casal teria sido Magneto, que foi preso algum tempo depois na cidade de Comodoro-MT, por tráfico de drogas.
A equipe de investigadores da Delegacia de Homicídios de Vilhena foi até a cidade vizinha para ouvi-lo. Magneto confessou as mortes de Keven e Luana, confirmou que o alvo era o rapaz e afirmou que a morte de Luana foi um acidente. Ele disse ainda que somente soube na manhã seguinte, pela imprensa, que Luana havia morrido e que ela estava gestante.
Em seu depoimento ele disse que ao saber da morte de Luana e de que ela estava grávida, ele teria até pensado em se matar.
Magneto não se matou, mas voltou a matar. Apenas cinco dias após o duplo homicídio no bairro Embratel, Magneto assassinou a tiros um rapaz de 18 anos no Setor 27, em Vilhena.
Por esse crime, mesmo negando a sua autoria, Magneto foi indiciado em novembro do ano passado.
Em relação às mortes de Keven e Luana, Daniel da Silva de Oliveira, “Magneto” foi indiciado por duplo homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima; e também por provocar aborto sem o consentimento da gestante.
O delegado explica que em ambos os homicídios houve dolo. Direto no caso de Keven, que era o alvo do atirador; e indireto no caso e Luana, haja vista que Magneto, ao efetuar tantos disparos, potencializados pelo ambiente pequeno, assumiu risco de atingir outras pessoas que não apenas o seu alvo.