São Francisco, EUA – O brasileiro João Paulo Pinheiro, de 22 anos, viajou para os Estados Unidos, há quatro anos, para viver o sonho de jogar futebol e estudar em uma faculdade norte-americana. No entanto, quase tudo se tornou um pesadelo. No último dia 2, o atleta foi confundido com bandidos na região de São Francisco, na Califórnia, e levou três tiros. Baleado, ainda conseguiu mandar uma mensagem para um amigo e foi levado para um hospital local. O quadro do brasileiro é estável. A irmã de João Paulo, Marcela Pinheiro, conversou com o ‘DIA’.
“Ele foi a um supermercado, voltou para casa por volta das 21h, e quando desceu do carro, foi abordado por duas pessoas que começaram a interrogá-lo. Meu irmão disse que estavam enganados, que ele era brasileiro, turista e havia acabado de chegar na cidade, mas eles não deram ouvido e atiraram na direção dele. Um tiro pegou no ombro, um de raspão no antebraço e outro no abdômen. Este último perfurou o intestino”, disse Marcela.
João encerrou o ensino médio no Brasil e logo depois começou a se preparar para cursar a faculdade e jogar futebol nos Estados Unidos. Em 2017, foi aceito na Bryan College, no Tennesse, para cursar Administração. João também atua pelo time de futebol da universidade, onde é o camisa 10. O brasileiro terminou o semestre letivo no dia 24 de novembro e viajou para São Francisco, onde ocorreu o crime, para passar férias com um amigo nascido em Cornélio Procópio-PR, cidade natal de João.
“Ele chegou no último dia 29 de avião em São Francisco, onde tem um amigo brasileiro. Viajou para conhecer outros lugares do país e até mesmo tentar um estágio ou trabalho, tanto que pediu um visto de trabalho e está aguardando o retorno. Lá, ele alugou um quarto de uma casa, passou duas noites, mas resolveu encontrar outro lugar. João alugou um outro quarto na residência de uma família na qual ficaria por algum tempo”, disse Marcela, que completou falando sobre o irmão.
“Meu irmão sempre foi um rapaz tranquilo, focado, íntegro e que sempre conquistou as pessoas que estão a seu redor. Além disso, é um aluno dedicado, tanto que antecipou seu curso na faculdade em um semestre. É também um atleta exemplar do ponto de vista de preparação física para praticar o esporte. Quando decidiu ir para o EUA, sempre teve como objetivo se desenvolver e conhecer outras culturas. Iniciou pela americana, porém sonha em conhecer outros países e falar outras línguas”, comentou a irmã.
Por não possuírem visto norte-americano, os familiares de João Paulo não puderam viajar para acompanhar a assistência médica que João tem recebido. O atleta já passou por uma cirurgia, mas existe a possibilidade de realizar mais uma para retirar a bala alojada no abdômen. O caso está sendo tratado pelas autoridades americanas como tentativa de homicídio. Marcela comentou a apreensão de acompanhar tudo de longe, mas afirmou que o irmão já está lúcido e conseguindo falar.
“No dia do ocorrido, até conseguir escutar a voz do João, foi como se estivéssemos em um pesadelo. Nenhum membro da família tem o visto americano, o que tornou mais difícil a situação. Desde o ocorrido, entrei em contato com o Consulado para saber no que podiam nos auxiliar com relação ao contato médico, para entender melhor o estado clínico, bem como sobre a ocorrência policial. Mas, o Consulado disse que não estão tendo acesso a estas informações e que só o paciente pode obtê-las, situação que nos deixa muito apreensivos, pois o paciente esta sozinho, acamado, passa por todo um abalo psicológico e realmente precisa de assistência”, disse Marcela, antes de finalizar:
“Graças a Deus meu irmão está lúcido, estável e conseguindo falar. No dia 8, ele foi levantado e colocado sentado na beira da cama para iniciar reabilitação e fisioterapia, mas ainda esta com movimentos reduzidos nos membros inferiores. Ainda não sabemos os reais custos para o tratamento do João. Amigos e familiares tem se movimentando para ajudá-lo. Porém, neste momento, o que verdadeiramente gostaríamos é de que as pessoas orem pela restauração da saúde do meu irmão”, encerrou.
Via O Dia – por POR LEONARDO DAMICO