Investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apontam que o sargento da Polícia Militar, Evandro dos Santos, é o principal suspeitos de executar seis bandidos na fazenda Promissão, no dia 18 de abril deste ano, em União do Sul, e também é responsável pela ocultação dos cadáveres. Ele teria contado com o apoio de mais dois policiais militares, Roberto Carlos Cesário e João Paulo Marçal. Os três estão entre os presos nesta quinta-feira (27), na operação “Insídia”. As informações constam na decisão judicial que decretou a prisão de cinco pessoas. Além dos PMs, a Justiça mandou prender o fazendeiro Agenor Vicente Pelissa e seu funcionário, Francisco de Assis Fernandes.
A ajuda do sargento Dos Santos foi solicitada pelo dono da fazenda, Agenor Vicente Pelissa, após ele ser informado de um plano de roubo na sua propriedade. Os detalhes do crime foram repassados por um funcionário de Agenor, que faria parte da ação criminosa mas, na última hora, desistiu. Desta forma, Agenor, apontado como fazendeiro de grande influência na região, inclusive sobre a PM, solicitou a segurança da área para os agentes da segurança pública.
Dos Santos, de acordo com a polícia, estava com uma caminhonete do fazendeiro, mas foi até a área em na viatura da Polícia Militar, o que ajudou nas investigações devido aos extratos do GPS. O relatório do GPS mostra que Evandro e Marçal permaneceram na fazenda Promissão, no dia das execuções, as 17h às 21h30 horas, além de passarem na fazenda vizinha na ida e na volta.
Além disso, foi Dos Santos quem comunicou o fazendeiro, de madrugada, sobre as mortes na fazenda. Em depoimento, o sargento disse que realmente foi até a fazenda no dia dos fatos fazer rondas rurais a pedido do proprietário que estava temerário de sofrer um roubo, porque dias antes outra fazenda tinha sido alvo. Entretanto, afirmou que ficou no local até 20h30, diferente do que o apontado no GPS. Afirmou que só tomou conhecimento do que ocorreu na fazenda no outro dia, embora a informações que foi quem avisou o dono da fazenda de madrugada.
As investigações confirmaram que o soldado Marçal, que também era de Santa Carmem, acompanhou Dos Santos na fazenda promissão. Ele afirmou em depoimento que recebeu ordem do superior, que disse que fariam rondas rurais. “Marçal mencionou horário de saída diverso do depoimento prestado por Dos Santos. Declarou ainda que ficaram com a viatura parada na fazenda, entretanto o GPS não retrata essa informação, existindo provas de deslocamento, idas e vindas até um ponto em que posteriormente foi encontrado um veículo Gol/VW abandonado”.
O policial Cesaro, que já foi preso por invasão de terras, é o terceiro PM acusado de envolvimento nas mortes. A decisão judicial aponta que seu aparelho celular esteve no IP da rede da fazenda no dia dos fatos, entre 20h05 e 22h58 horas. “Igualmente, algo que chamou a atenção, foi que o SGT PM Mauro, responsável pelo acompanhamento das investigações, no dia 19, ligou para o policial Cesaro naquele dia por volta das 15h01, após ter conversado com Dos Santos e ter ido até Santa Carmem”.
Os três, de acordo com as investigações, armaram uma emboscada e mataram os bandidos.
Via Repórter MT – por MAJU SOUZA e ANDRÉIA FONTES