Crianças que brincavam na rua Marcos da Luz, no bairro São José, em Vilhena, encontraram no final da tarde desta quinta-feira, 20 de março, um cadáver dentro do igarapé Pires de Sá. O corpo, em avançado estado de putrefação e com as vísceras expostas, estava preso a uma galhada nas águas. A Polícia Militar foi acionada e trabalhou ao lado da POLITEC e da Funerária Dom Bosco no resgate do cadáver, que gerou dificuldades e exigiu a mobilização do Corpo de Bombeiros.
O cadáver foi identificado como Marcos Eduardo Machado de Lima, de 23 anos, conhecido como “Cabeça de Machado”. Marcos, que vivia pelas ruas de Vilhena devido a problemas psiquiátricos e dependência química, já havia sobrevivido a dois ataques armados anteriores, ambos ocorridos há três anos. Em um dos ataques, foi atingido por sete disparos que o deixaram com sequelas físicas graves, e no outro sofreu danos mais intensos, incluindo a perfuração do pulmão e do intestino e a retirada do baço.
Desaparecido desde o dia 12 de março, a família de Marcos havia registrado seu desaparecimento e tentava localizá-lo. Sua trajetória foi marcada por internações em clínicas de reabilitação e um longo histórico de esquizofrenia e uso de drogas. Nos últimos anos, Marcos pouco frequentava sua casa, só retornando para se alimentar e tomar medicamentos.
O corpo, que apresentava marcas no abdome semelhantes a perfurações de faca, sugere que o assassinato de Marcos tenha ocorrido há mais de uma semana. Há indícios de que uma facção criminosa possa estar envolvida em sua morte, pois investigações feitas pelo próprio jovem ligavam membros de uma facção a um dos ataques anteriores que ele havia sofrido. O caso agora está sob investigação policial, com a busca de respostas sobre as circunstâncias e autoria do crime.