Levado a júri popular pelo homicídio da aposentada Eunice Fernandes Gonçalves, de 67 anos, e das tentativas de homicídio contra Edson José Gonçalves e Solange Ferreira de Oliveira, “Espicha”, como é conhecido Janilson Miranda dos Santos, de 44 anos, foi condenado a mais de 14 anos de prisão.
O capítulo de hoje dessa história sangrenta, e que o promotor de justiça que atuou no caso teme que não seja o último, começou em março de 2021, em uma casa no bairro Alto Alegre, onde alguns jovens se encontraram para uma confraternização regada a bebidas e drogas ilícitas. Nesse contexto, um dos jovens morreu vítima de disparo de arma de fogo.
O rapaz vítima do tiro era Thallyson Henrique da Silva, que tinha 19 anos e era filho de Espicha, que estava preso à época de sua morte. Os dois jovens que estavam na casa com Thallyson, Felipe Dorneles Gonçalves, de 20 anos, e Ana Katlin Coelho Afonso, 23, viraram alvos da vingança de Espicha.
Em julho de 2022, meses após receber o benefício da progressão para o regime semiaberto, “Espicha” invadiu a casa aonde estavam parentes de Felipe, e efetuou diversos disparos: o resultado foi a morte de Eunice, que tinha 67 anos, e deixou outras duas pessoas feridas.
Segundo apurado na época, o alvo do ataque era Edson, pai de Felipe, um dos jovens que estavam na cena da morte de Thallyson, filho de Espicha. A idosa morta no ataque com um tiro na cabeça era avó de Felipe.
Felipe e a namorada Ana foram julgados em março deste ano e condenados a mais de 14 anos de prisão cada.
Hoje, foi a vez de Espicha ter a sua conduta analisada pelo Tribunal do Júri. Ele confessou os crimes e revelou que o fez movido por vingança. Mas, ressaltou que o alvo era Edson, pai de Felipe, e não as demais pessoas. Disse que lamentava muito a morte de Dona Eunice, a quem ele conhecia há anos, e pediu desculpas à família pela morte dela.
Conforme os autos, Espicha foi acusado por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio em relação a vítima Eunice; e por duas tentativas de homicídios qualificadas por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Na defesa de sua tese, o MP pediu a condenação do réu pelos três crimes, mas orientou aos jurados que tirassem as qualificadoras em relação aos crimes cometidos contra as vítimas Eunice e Solange.
A tese do Defensoria Pública foi no mesmo sentido e foi atendida pelos jurados, que condenaram Janilson Miranda dos Santos “Espicha” pelos crimes de homicídio simples, tentativa de homicídio simples, e tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, pelos quais ele recebeu pena de 14 anos, 11 meses e 6 dias de prisão em regime fechado. A magistrada negou ao réu o direito de apelar em liberdade.