Elvis Riberio Silva, de 36 anos, que em 2021 assassinou a golpes de faca a mulher com quem mantinha um relacionamento de oito anos, foi levado a júri popular ontem e condenado pela morte de Natalina Menezes Amaral, que estava com 46 anos e era servidora da Prefeitura de Vilhena.
O crime aconteceu na noite do dia 21 de julho do ano de 2021. De acordo com o que consta nos autos, Natalina foi assassinada na cama. Consta nos autos também que não foram encontrados quaisquer sinais de luta corporal, indicando que ela não teve a chance de se defender.
Preso em flagrante, Elvis negou o crime e desafiou a polícia: “vocês vão ter que provar”. Ele foi denunciado por homicídio duplamente qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e feminicídio, descrito assim na denúncia: “o crime foi praticado em razão de condições do sexo feminino e em contexto de violência doméstica e familiar, eis que o imputado e a vítima mantinham um relacionamento amoroso havia aproximadamente oito anos.”
Ontem, pela manhã, foram ouvidas testemunhas, incluindo o filho da vítima, que chorou em alguns trechos de sua declaração; e a mãe do réu que, ao ser questionada pelo Ministério Público sobre uma medida cautelar pedida por ela contra o filho que a teria agredido, confirmou a veracidade. Também confirmou que o filho ficou internado por três anos numa instituição para menores em conflito com a lei, por um homicídio praticado em Colorado do Oeste.
Elvis também foi ouvido pela manhã e afirmou que Natalina o teria procurado aquele dia para conversar e ele a recebeu. Ele disse que ela levou um “corote” de cachaça e ele tinha outro, que tomaram juntos. Revelou que ela era muito ciumenta e que sempre discutiam por isso. E sem revelar como ou porque começaram a discutir, afirmou que ela pegou uma faca e foi pra cima dele. “Eu só peguei a faca e empurrei contra ela, que disse que tinha se machucado. Então peguei o telefone dela na bolsa e liguei pro Bombeiro e pra polícia”, disse Elvis, que saiu do local e voltou tempos depois, quando foi preso.
No período da tarde foram feitas as sustentações orais da Promotoria, que pediu a condenação do réu nos moldes que trouxe a denúncia; e da defesa, promovida pela Defensoria Pública, que buscou derrubar as qualificadoras.
Mas, os jurados entenderam haver provas robustas da materialidade e autoria, bem como estavam presentes os requisitos para acatarem as qualificadoras, condenado o réu por homicídio duplamente qualificado.
Na sentença, a Presidente do Tribunal do Júri, Juíza Liliane Pegoraro Bilharva, citou: “o judiciário não pode fechar os olhos para tais situações, cada vez mais há mulheres vítimas de violência doméstica, que são agredidas, mortas, pelas pessoas que deveriam zelar por elas; vê-se que o acusado não teve nenhuma consideração pela pessoa com quem se relacionava amorosamente há oito anos, sendo que não há qualquer ato que o acusado possa tomar que minimizará a situação por ele praticada…”.
Elvis foi condenado a cumprir uma pena de 19 anos pelo assassinato de Natalina.
Texto: Rogério Perucci*