Gabriel Santos Masioli, o homem casado suspeito de matar uma grávida para não assumir a paternidade do bebê, foi transferido para o presídio de Pimenta Bueno (RO). A informação foi confirmado nesta terça-feira (8) pela Polícia Civil. Gabriel estava preso no presídio de Rolim de Moura.
Gabriel, de 28 anos, confessou o feminícidio de Antonieli Nunes e afirma ter dado um mata-leão de conchinha — enquanto estava deitado com a vítima — e que enfiou uma faca no pescoço dela.
O suspeito estava preso em Rolim de Moura (RO) desde sexta-feira (4), após se entregar para a polícia a 66 quilômetros de Pimenta Bueno.
Um despacho de um Juiz de Rolim autorizou a transferência de Gabriel para um presídio masculino de Pimenta Bueno, município do crime e onde reside a família do suspeito.
Segundo a Civil, o inquérito do caso deve ser concluído ainda nesta semana. O g1 e a Rede Amazônica tentam contato com a defesa do suspeito.
Celular desaparecido
As investigações do caso seguem e agora a polícia está tentando localizar o celular do suspeito de matar Antonieli.
Segundo a Civil, esse aparelho é importante para a investigação porque pode confirmar tudo o que foi dito no depoimento de Gabriel na semana passada.
Ao delegado, durante interrogatório, o suspeito disse que após assassinar Antonieli Nunes, de 32 anos, ele teria recolhido tudo o que tinha tocado na casa (como o celular da vítima e documentos) e depois jogado os itens em um rio de Pimenta Bueno.
Uma equipe de mergulhadores vasculhou alguns pontos de alguns rios na cidade, na tentativa de localizar objetos da vítima e a faca usada no crime, mas nada foi encontrado. Quando se entregou à Polícia Civil, Gabriel estava sem o seu celular pessoal.
A polícia agora tenta saber a localização do dispositivo, para que o celular do suspeito seja periciado.
Visita na igreja
Ainda durante o depoimento dado na semana passada, o suspeito informou que logo após matar Antonieli ele esteve na igreja onde o pai é pastor, em Pimenta Bueno.
No encontro, Gabriel alega ter falado ao pai sobre supostas crises de ansiedade que estava tendo, mas não mencionou sobre ter matado uma mulher instantes antes.
A informação da visita de Gabriel na igreja também é de conhecimento da polícia, que ainda descobriu que na mesma noite o suspeito esteve em uma lanchonete da cidade.
Feminicídio de Antonieli
O corpo de Antonieli foi encontrado na última quinta-feira (3), após parentes irem até uma casa para verificar o que estava acontecendo, pois a mulher não apareceu para trabalhar e nem respondia mais as mensagens de celular.
Ao entrarem na casa, que estava com a porta destrancada, os parentes se depararam com Antonieli morta em cima da cama.
O suspeito do crime, que é técnico de informática, compareceu na delegacia da cidade e confessou que matou Antonieli após dar um mata-leão de conchinha e enfiar uma faca no pescoço dela.
No auto de qualificação e interrogatório feito na sexta-feira (4), Gabriel, contou ao delegado que é casado, mas há 10 meses mantinha um relacionamento extraconjugal com Antonieli, sua também colega de trabalho.
Gabriel disse que o assassinato de Antonieli ocorreu um dia depois dele descobrir sobre a gravidez dela e que a casa onde ocorreu o crime havia sido alugada para eles se encontrarem escondidos.
Como eles trabalhavam na mesma empresa, logo após o expediente do dia 2 de fevereiro ele chamou Antonieli para conversar na casa alugada para eles dois.
Durante esse encontro, a vítima teria perguntado se ele iria assumir a criança, mas Gabriel disse que estava em choque e pediu para a vítima esperar até sexta-feira (4), para que ele pudesse falar sobre o relacionamento deles e sobre a gravidez para sua esposa e familiares.
Gabriel disse que então ficou deitado de ‘conchinha’ e, nesse momento, teria tido uma crise de ansiedade e começou a matar Antonieli. Ele revelou que só parou o mata-leão quando não sentia mais o próprio braço, “de tanto que havia apertado o pescoço” dela.
Protestos
No último fim de semana, moradores de Pimenta Bueno fizeram protestos na frente da delegacia e pediram por Justiça.
O suspeito foi preso na sexta-feira (4), após o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) pedir que a Justiça decretasse prisão preventiva para Gabriel.
No dia em que esteve na delegacia, Gabriel acabou sendo liberado.
Por Matheus Afonso, Rede Amazônica/G1