Um desdobramento importante envolvendo corrupção no sistema prisional de Rondônia veio à tona recentemente, com a condenação de um ex-gerente regional da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Na última semana, o réu foi considerado culpado por cobrar pagamentos em troca de conceder “regalias” a detentos, como acesso a celulares, bebidas alcoólicas e até mesmo churrascos dentro das unidades prisionais.
As investigações, que remontam a denúncias feitas ao Ministério Público de Rondônia no ano de 2021, revelaram um esquema de corrupção que operava no Centro Regional de Resssocialização Augusto Simon Kempe de Jaru. Em fevereiro de 2022, após uma ação do MP-RO, o ex-gerente e outros policiais implicados foram afastados de seus cargos.
Na época, ficou evidente que os funcionários da Sejus estavam proporcionando benefícios indevidos aos detentos, permitindo-lhes livre circulação no presídio, oferecendo espaços confortáveis, visitas em dias não autorizados e até mesmo acesso a dispositivos eletrônicos.
O Ministério Público de Rondônia destacou que diversas operações realizadas no presídio de Jaru corroboraram as evidências dos privilégios concedidos aos detentos. O réu em questão recebeu pelo menos três transferências bancárias da irmã de um indivíduo que estava sob custódia prisional.
O ex-gerente, que também é policial penal, recebeu uma sentença de 4 anos, 11 meses e 21 dias de reclusão, além de perder o cargo público por ter violado os deveres éticos e morais intrínsecos à sua profissão.
Essa condenação ressalta a gravidade da corrupção no sistema prisional e a necessidade de medidas rigorosas para combatê-la. A transparência e a integridade são fundamentais para garantir a eficácia e a legitimidade do sistema judiciário, bem como para assegurar os direitos dos detentos e a segurança da sociedade como um todo.