Ex-delegado de Mato Grosso, piloto e advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Minas Gerais, Arnaldo Agostinho Sottani, 49 anos, foi preso em flagrante, nessa quarta-feira (17), transportando R$ 260 mil, dinheiro supostamente oriundo do tráfico de drogas, no município mineiro de Caratinga.
De acordo com a ocorrência, a Polícia Militar (PM) recebeu denúncia apontando que o advogado estaria em posse do alto valor para fazer a compra de uma aeronave.
Por se tratar de um fato suspeito, já que caso fosse uma transação lícita o dinheiro estaria em um banco, os militares comunicaram o fato à Delegacia de Polícia Civil e foi montada uma operação para verificar a denúncia.
Arnaldo foi abordado pelos policiais logo após solicitar uma corrida de transporte por aplicativo do aeroporto para o Centro de Caratinga, quando o dinheiro foi encontrado dentro de uma caixa.
Além de todo o dinheiro estar sendo transportado, outro fato que chamou atenção foi o fato da grande quantidade de notas de pequeno valor, sugestionando que pode ser dinheiro de vendas de drogas, e ainda de estarem ‘encapadas’ com papel film, o que segundo o delegado regional de Caratinga, Ivan Sales, é para não deixar as cédulas mofarem.
Em depoimento na delegacia, o advogado confessou que após sair da cadeia foi procurado por uma organização criminosa e contratado como advogado pelo ‘salário’ de R$ 500 mil.
Outra informação obtida no depoimento é que Arnaldo foi três vezes a Caratinga nos últimos dias acompanhado de outros dois pilotos.
A intenção seria adquirir uma aeronave para transportar drogas, já que perdeu outra quando foi preso em flagrante em 2016 transportando 150 kg de cocaína em General Carneiro (442 km de Cuiabá).
Na oportunidade o piloto ainda tentou atropelar com o avião policiais federais que realizaram a prisão e terminou baleado na perna.
Arnaldo foi condenado à época, mas logo foi solto para responder pelos crimes em liberdade.
Histórico
O delegado Arnaldo Agostinho foi expulso da Polícia Civil de Mato Grosso no ano de 2013, quando a demissão foi assinada pelo então governador Silval Barbosa.
O delegado Sottani teria tentado obter dinheiro para mudar os rumos da investigação de um roubo de gado ocorrido em 2009 no município de Carlinda (724 km da Capital).
Arnaldo foi demitido pela má conduta, quando foi constatado a negligencia na execução de ordem legal, valer-se do cargo para obter proveito para si ou para terceiro, associação a mais de duas pessoas em quadrilha ou bando armado e pedir ou receber para si ou para terceiro, de forma direta ou indireta, vantagem indevida.
Via Repórter MT – por Mário Andreazza