A grávida Bruna Felski, 26 anos, se apresentou à Polícia Civil na tarde dessa segunda-feira (24) e deu seu depoimento sobre as mortes de Marcelo de Barros, 37 anos, e o pai dele, Genuir de Barros, 67 anos, na fazenda onde moravam, na zona rural de Terra Nova do Norte (670 km de Cuiabá), no sábado (22). Ela afirmou estar “cega e desesperada” após descobrir a traição do marido.
Bruna foi ouvida pelo delegado José Getúlio Daniel, responsável pelo inquérito, por cerca de quatro horas e foi liberada em seguida.
Em seu depoimento, ao qual o Repórter MT teve acesso, ela contou que estava na fazenda onde seu marido morava e resolveu ir até o imóvel onde a família da amante morava, na mesma região, para conversar com Genuir sobre o caso entre seu marido e a filha dele.
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Acompanhada da mãe, a mulher chegou no local e começou a contar para Genuir sobre o caso. O homem então chamou a esposa, que chegou gritando e xingando. Neste momento, o marido de Bruna também chegou no imóvel e tentou colocar a grávida na caminhonete para levá-la embora. Neste momento, uma grande confusão começou.
Conforme o depoimento de Bruna, Marcelo, irmão da amante, estava bastante alterado e partiu para cima da mãe dela. Ele chegou a dar um soco no rosto da grávida e a jogou no chão. Bruna contou ainda que seu marido pediu para que o homem se acalmasse e os deixasse ir embora.
O pai da gestante então pegou um facão, que estava no carro dele, para tentar defender a mulher, mas Marcelo foi para cima do homem. Bruna disse ter se assustado e pegou a arma do marido, que estava no carro, para se defender também.
Ela disse que atirou contra Marcelo enquanto ele corria na direção de seu pai. Quando Genuir viu o primeiro disparo, teria ido para cima de Bruna para defender o filho e, neste momento, ela atirou contra ele também. Os dois morreram ainda no local.
“Que quando atirou na primeira vitima o pai dele veio na direção da interrogada que com medo, atirou para se defender, defender sua família; que atirou de frente na segunda vitima quando ele corria na sua direção; que após os disparos a arma caiu no chão”.
Ainda de acordo com Bruna, a amante do marido pulou em cima dela e as duas caíram. A grávida disse que foi agredida com puxões de cabelo e a mãe da mulher ainda tentou dar uma paulada na cabeça da mãe dela. O pai da gestante então usou o facão em prancha para bater na bunda da amante do marido da filha.
Após toda a confusão, Bruna fugiu do local com seus pais e, durante a fuga, descarregou a arma e a jogou em um rio. A gestante disse que nunca teve treinamento de tiro, mas já chegou a praticar duas vezes com o marido, que a ensinou a manusear o equipamento.
Bruna foi liberada porque ainda não houve ato em flagrante, ja que empreendeu fuga, nem pedido de prisão aprovado pela Justiça. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime. O delegado José Getúlio Daniel continua investigando o caso.