A família do homem que foi morto e enterrado no quintal de casa, em Goiânia, ainda está em choque com o crime. Joel Teles havia sido dado como desaparecido há dois anos. Porém, após uma denúncia anônima, a polícia descobriu que a esposa, Kátia Soares, que chegou a ser presa, mas agora responde em liberdade, havia cometido o homicídio e ocultado o corpo na residência onde viviam. Ela confessou o crime, mas alegou legítima defesa.
Uma parente da vítima, que prefere não se identificar, disse que ficou sabendo do ocorrido pela televisão. Ela desabafou sobre a forma como Joel foi assassinado e questionou as justificativas de Kátia.
“Eu fiquei impactada. Chorei muito porque a gente não esperava isso. Isso que ela fez foi cruel. Por que ela não matou ele e chamou a polícia, se foi legítima defesa? Por que ela ocultou o corpo dele? Os parentes tinham direito de fazer velório digno. Então, é isso que a gente pede: justiça”, afirmou.
O corpo de Joel foi encontrado na última segunda-feira (18), no Parque Tremendão. De acordo com a polícia, ela alegou que esfaqueou o marido para se defender durante uma discussão. Em seguida, com a ajuda de um usuário de drogas, enterrou o corpo no quintal.
“Ela estava na pia e, segundo ela, o marido tentou enforcá-la. Ela pegou a faca que tinha na distância dela e deu a primeira facada. Depois, não se recorda de quantas outras deferiu. Ela alega que teve ajuda de um usuário de drogas, que hoje está morto, para cavar o buraco e enterrar”, disse a delegada Marcella Orçai, responsável pelo caso.
Festas e novo namorado
A família de Joel disse que Kátia seguiu morando na casa e tocando a vida normalmente após o crime. Os parentes alegam ainda que ela teve um novo namorado poucos meses depois da morte do marido e fazia festas para os amigos na residência.
Quando questionada pelos parentes de Joel sobre o sumiço dele, a mulher relatava que eles tinham se divorciado e que ele havia ido embora para o Acre, onde tinha um emprego em vista. Eles não desconfiaram porque, de fato, Joel já havia relatado o interesse de se mudar para o norte do país.
“Teve uma sobrinha que entrou em contato com ela pelo WhatsApp. Ela falou que eles tinham tido uma briga porque ele tinha mexido com a filha que ela tem mais velha e que tinha ido embora, que eles tinham divorciado, que ela tinha dado queixa dele na polícia e que ele tinha ido embora para Acre”, conta a familiar.
Os advogados de Kátia, Polliane de Sousa e Rogério de Paula, disseram à TV Anhanguera que ela sofria violência doméstica há anos e que as filhas do casal também eram agredidas. Eles afirmaram ainda que, no dia do crime, a investigada foi agredida e ameaçada, o que configura a tese de legítima defesa.
Via G1 e Tv Anhaguera – Por Sílvio Túlio e Henrique Ramos