Uma das vítimas do empresário de 62 anos, preso suspeito de estuprar duas sobrinhas adolescentes, relatou à Polícia Civil que sofreu “estupro corretivo”, após se descobrir homossexual. Ele foi preso nesta quarta-feira (13), em Manaus.
Segundo a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), o homem é dono de um posto de combustíveis em Manaus. As investigações apontam que ele trouxe as sobrinhas, que moravam no interior do Amazonas, com a promessa de que elas teriam melhores condições de vida na capital.
Durante coletiva de imprensa, a delegada Joyce Coelho, responsável pelo caso, relatou que a vítima que, atualmente, tem 17 anos começou a morar com ele aos 13. Quando completou 14 anos, ela se descobriu lésbica e foi violentada pelo empresário.
“Após se descobrir homossexual, o ‘estupro corretivo’ foi usado como desculpa pelo tio para que ela se ‘consertasse’. Ele dizia que isso não era normal, que os pais não iriam aceitar e que os abusos eram para ajudá-la. Então é uma espécie de tortura psicológica que ela também sofreu”, explicou a delegada Joyce Coelho, titular da Depca.
Ainda de acordo com a delegada, a segunda vítima começou a morar com o tio no ano passado, aos 15 anos. Ela também foi abusada, mas conseguiu filmar o suspeito cometendo o assédio.
“Além da violência sexual, as vítimas também passaram a ser ameaçadas por uma arma de fogo para que elas não denunciassem o suspeito.”, relatou Joyce Coelho.
Conforme as autoridades, durante o cumprimento do mandado de prisão, a arma foi encontrada com o homem.
O empresário vai responder por estupro de vulnerável e por posse ilegal de arma de fogo. Após os procedimentos da Depca, ele deve ficar à disposição da Justiça.
Operação ‘Acalento’
Deflagrada em todo o país, a força-tarefa começou no dia 13 de junho e termina nesta quarta-feira (13). No período, a ação integrada atendeu 12 mil crianças e adolescentes vítimas de violência física e de exploração sexual.
A operação, coordenada pelo Ministério da Justiça, tem o apoio das secretarias de segurança pública dos estados e do Distrito Federal. Em um mês, a ação prendeu 1.040 pessoas suspeitas de crimes contra crianças e adolescentes em todo o Brasil.
Os dados detalhados do Amazonas deverão ser divulgados pela Polícia Civil ao longo desta quarta (13).