Está marcado para as 9h desta segunda-feira (17), o júri popular da empresária Ana Cláudia Flor, acusada de mandar matar o marido Toni Flor em 2020. A audiência será no Plenário do Tribunal do Júri, em Cuiabá, e será presidida pela juíza Mônica Perri, da 1ª Vara Criminal.
O empresário, de 37 anos, foi assassinado a tiros no dia 11 de agosto, quando chegava na academia da qual era proprietário, no Bairro Santa Marta, na capital. Durante as investigações, a mulher dele confessou ter pago R$ 60 mil para que os atiradores o matassem.
Segundo a polícia, o interesse na herança da vítima e a tentativa de esconder outros relacionamentos teriam motivado o crime, cometido por três homens. A defesa da ré informou ao g1 que, a princípio, tentará a diminuição da pena.
A mãe de Toni, posteriormente, impetrou ação na Justiça pedindo que a acusada fosse declarada indigna de receber a herança deixada pelo marido, não podendo, portanto, vender quaisquer bens que estivessem arrolados no inventário judicial.
O casal estava junto há 15 anos e tinham três filhas.
Ana Flor está presa na Penitenciária Feminina “Ana Maria do Couto May”, na capital, desde 19 de agosto do ano passado, durante a Operação Capciosa, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O atirador foi preso antes, no dia 11 do mesmo mês. Enquanto a mulher que ajudou Ana a planejar a execução, no dia 27 de agosto.
O crime
O atirador abordou o empresário em frente ao estabelecimento. De cabeça baixa, perguntou pelo nome dele e, ao responder, Toni foi baleado.
Ele correu para dentro da academia, onde foi socorrido e, depois, levado para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde morreu dois dias depois. Ele foi baleado quatro vezes.
A princípio, a suspeita era de que a vítima tivesse sido confundida com um agente da Polícia Federal.
A arma do crime foi jogada no Lago do Manso.
Depoimentos
À polícia, o homem que efetuou os cinco disparos contra Toni confessou que Ana Cláudia negociou R$ 20 mil com cada criminoso pelo assassinato.
Durante o depoimento de Ana Cláudia, algumas perguntas feitas por ela causaram estranheza à polícia, como o questionamento sobre imagens do local do crime e se apenas a confissão do atirador poderia condenar alguém.
Em 2019, Ana registrou um boletim de ocorrência onde afirmou que foi agredida por Toni, após ele flagrar uma conversa dele com outro homem por um aplicativo de mensagens.
A Polícia Civil informou, no avanço do inquérito, que apurava a ligação dos supostos amantes com o assassinato de Toni.
Defesa
O advogado que representa Ana Cláudia, Jorge Henrique Franco Godoy, informou ao g1, por telefone, que a defesa pretende, a princípio, diminuir a pena, retirando os agravantes aos quais responde e, segundo ele, tentar até a absolvição.
“Vamos mostrar para o júri que ela sofria na mão do marido e que era vítima de agressões e vive em uma sociedade machista”, disse.