O delegado da Polícia Federal de Cascavel Daniel Martarelli afirmou, nesta quarta-feira (23), que peritos encontraram cartas na cela de Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco.
O traficante foi encontrado morto na tarde de terça-feira (22) na Penitenciária Federal de Catanduvas, na região oeste do Paraná, segundo informações do Departamento Penitenciário (Depen).
Martarelli informou que as cartas passarão por uma perícia e que agentes da Polícia Federal também vão analisar imagens de câmeras de monitoramento para o inquérito sobre o caso. Segundo o delegado, Elias Maluco ficava sozinho na cela.
“A gente ainda tem que esperar o laudo pericial, mas diante da cena encontrada, pelas cartas e depoimentos dos agentes, tudo indica que foi um caso de suicídio”, afirmou Martarelli.
Corpo achado enrolado em lençol
O delegado disse que o corpo dele foi encontrado por volta das 16h, enrolado em um lençol, quando agentes foram até a cela dele por causa de uma visita que estava agendada com advogados do preso.
A PF informou que, de acordo com os depoimentos dos agentes da penitenciária, o último contato que Elias teve com alguém antes de ser encontrado morto foi com agentes que entregaram a ele a marmita do almoço, por volta das 11h.
O corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Cascavel, na região oeste do estado.
Segundo a advogada de Elias, Luceia Macedo, o reconhecimento será feito por ela, por procuração da família.
Preso em 2002
Elias Maluco foi preso em setembro de 2002 e, em 2005, foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes.
Em 2013, foi sentenciado a mais 10 anos, sete meses e 15 dias de prisão, desta vez pelo crime de lavagem de dinheiro. A mulher e a sogra dele também foram condenadas pelo mesmo crime.
Desde então, Elias Maluco ficou em presídios federais de segurança máxima.
Em 2019, Elias teve um pedido de habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas permaneceu preso.
Tim Lopes
Elias Maluco foi preso no dia 19 de setembro de 2002. Ele foi condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, morto em junho daquele ano enquanto fazia uma reportagem sobre abuso de menores em um baile funk da favela Cruzeiro.
O traficante ficou conhecido pelos métodos bárbaros com que matava pessoas.
O corpo de Tim Lopes foi carbonizado numa fogueira de pneus conhecida como micro-ondas e só pôde ser reconhecido após exame de DNA. Outras seis pessoas foram condenadas por participação no crime.
Por G1 PR e RPC Cascavel