O luto deu lugar à sensação de impunidade. Há mais um mês, familiares de Gabrielly Menas da Silva, de 30 anos, pedem por justiça. A jovem foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, no bairro São Judas, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. O crime aconteceu no último dia 4 de janeiro e, desde então, Carlos Magno Farias Ramos é procurado pela polícia.
O irmão dela, que estava no local durante o assassinato, e preferiu não ser identificado, contou para a reportagem de A Gazeta sobre os traumas e a dificuldade de retomar à rotina. Segundo ele, a família precisou deixar a antiga casa – onde aconteceu o homicídio – e passa por acompanhamento psicológico.
Nas redes sociais, a irmã de Gabrielly, que também preferiu não se identificar, fez um desabafo. “Um mês que você se foi e nada de justiça. Como esse mundo é injusto! Peço a Deus que faça a justiça dele, porque essa não falha. Nós, como família, estamos sofrendo demais, mas crendo no Deus do impossível!”
À frente da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina, o delegado Deverly Pereira Junior afirmou que o inquérito policial foi concluído e enviado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que tem um prazo para analisar o caso e dar início ao processo.
De acordo com ele, a Polícia Civil e a Polícia Militar efetuaram algumas diligências na tentativa de localizá-lo, mas não tiveram sucesso. O delegado pede ajuda da população para localizar Carlos Magno Farias Ramos, que foi indiciado pelo crime de feminicídio.
Qualquer contribuição pode ser feita por meio do Disque-Denúncia (181) ou pelo site oficial da ferramenta, no qual é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas. O anonimato é garantido e todas as informações são investigadas. A ligação é gratuita de qualquer município do Estado.
Morta dentro de casa: relembre o caso
A costureira Gabrielly Mennas da Silva, de 30 anos, estava em casa, no dia 4 de janeiro deste ano, quando o ex-companheiro pulou o muro da residência em Colatina e atirou contra ela. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital Estadual Silvio Avidos, mas não resistiu aos ferimentos. Carlos Magno Farias Ramos é procurado pela polícia desde então.
Na época, a Polícia Militar informou que policiais encontraram cinco cápsulas de arma de fogo na casa. Segundo a corporação, testemunhas relataram que, após os disparos, o suspeito fugiu em um carro de cor preta. Buscas foram feitas na região, mas ele não foi localizado.
Em grupos de aplicativo de mensagens circularam prints de conversas, compartilhados pela própria Gabrielly, de conversas dela com o ex-companheiro, em que o homem faz ameaças. Em uma das mensagens, ele diz: “Vou dar um tiro na sua testa no meio de todo mundo.”
Segundos antes do crime, o irmão da vítima chegou a receber uma mensagem por áudio, na qual uma testemunha pede ajuda, avisa que o suspeito está armado e tentando invadir a casa. Logo em seguida, é possível ouvir o barulho dos disparos. A câmera de segurança da residência da vítima flagrou o momento do crime.
Horas antes do crime acontecer, Carlos Magno Farias Ramos pediu perdão para a mãe da vítima – o que para Rosi Mennas da Silva foi um indício de que o assassinato já tinha sido planejado pelo suspeito. Em entrevista para A Gazeta, a família de Gabrielly contou que ela sonhava em dar uma vida melhor para as filhas, de cinco e 12 anos.