Nesta quarta-feira (8) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o habeas corpus solicitado pela defesa de Cleverson Siebre, conhecido como Kevyn, principal suspeito da morte de Tatila Istela Portugal Gomes, ela tinha 24 anos. A jovem morreu há um ano em Ariquemes (RO). O caso é investigado como feminicídio.
O suspeito de cometer o crime mantém a versão de que na verdade a morte da jovem foi “suicídio”, segundo a defesa. Cleverson Siebre segue preso e aguarda julgamento. A família da vítima não acredita que a jovem tenha se matado.
Na manhã desta quarta (8) em conversa com o G1, pelo telefone, o advogado de defesa, Jakson Silva, ressaltou que ainda preso Cleverson Siebre mantém a mesma versão relatada há um ano.
“Ele está muito tranquilo e mantém o mesmo depoimento do início, de que foi suicídio”, comentou a defesa.
Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), a Justiça ainda deve decidir, por meio da sentença de pronúncia, se o réu será julgado pelo Tribunal do Júri popular, que é o órgão competente para julgamento de crimes dolosos contra a vida.
“Se o Judiciário decidir que há indícios de autoria e prova de materialidade, o réu será julgado, então, por sete jurados representando a sociedade de Ariquemes”, informou o TJ.
A versão da defesa não é aceita pela família da vítima. Aléxia Portugal, irmã da Tatila, conta que um ano depois a família ainda sofre muito.
“Seis de setembro é um dia em que toda a família fica muito mal. Só de lembrar já é algo muito difícil. O que a gente mais quer é justiça, pois não foi suicídio”, desabafa.
Com a morte da neta, Elizete Portugal, diz que o que a mantém com esperança é ver a justiça sendo feita.
“A gente morreu junto com ela. Eu não sou a mesma pessoa. Ela era aquela pessoa que estava sempre do meu lado, mesmo eu triste ela me apoiava, quando estava alegre ela se alegrava”, disse a avó.
O Cleverson Siebre foi denunciado pelo crime de feminicídio e aguarda julgamento, ainda sem data para acontecer. O caso tramita na 1ª Vara Criminal de Ariquemes. Ele teve o pedido de Habeas Corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia e recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que também negou.
Entenda o caso
O cantor Cleverson é suspeito de matar a namorada, de 24 anos, e simular o suicídio dela em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. A jovem morreu no dia 6 de setembro, no apartamento do casal.
No boletim de ocorrência, inicialmente classificado como suicídio, consta que o suspeito disse aos policiais que chegou com a vítima de um sítio após terem consumido bebida alcoólica e uma discussão foi iniciada.
Ele relatou que, “para a situação não piorar” saiu do apartamento “para dar uma volta” e quando retornou, encontrou a namorada morta por enforcamento. Segundo o boletim, o cantor disse que pediu ajuda a um vizinho e levaram a jovem até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde a morte dela foi confirmada.
De acordo com a Polícia Civil, restaram dúvidas e contradições sobre o fato, por isso foi instaurado um inquérito para o aprofundar as investigações.
O laudo tanatoscópico produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou que as lesões no corpo da jovem não eram compatíveis com a corda usada no suposto suicídio.
Com os indícios de que a causa da morte de Tatila Istela Portugal Gomes não foi suicídio, o delegado representou pela prisão do namorado dela.
Por G1 RO