Uma reviravolta que não necessariamente mudou o rumo das investigações, apontou nova autoria quanto a quem, de fato, tomou emprestada e passou a arma ao menor de idade que assassinou o policial penal André Borges, no mês de agosto deste ano, em Vilhena.
Segundo as investigações do inquérito que foi concluído pela Delegacia de Homicídios de Vilhena, apesar de J. S. R., de 27 anos, vulgo “Matajunta”, que teve seu nome e imagem divulgados até sua prisão, ter sido apontado inicialmente como o responsável pela ação, foi concluído que de fato ele teve participação no crime ao instigar o menor conhecido como “Vitinho” a matar André, porém, quem realmente havia pego emprestada a arma anteriormente e repassado ao assassino, foi C.H.I.E., de 21 anos.
O jovem, que foi o primeiro envolvido no caso a ser preso ainda em Cabixi, alegou inicialmente que havia fugido para o município vizinho por ter apenas presenciado o crime, delatando todos os comparsas. No entanto, foi quem de fato apresentou “Vitinho” a “Matajunta”, já na intenção criminosa, ao avistar o policial penal no local e alegar que ele o havia agredido quando cumpriu pena na unidade que André trabalhava.
O setor de investigação comprovou, ainda, que André foi assassinado apenas pelo fato de ser um policial penal, pois sua conduta não condiz com as alegações de C., uma vez que há informações de que até mesmo os presos questionaram o porquê de ter sido André.
Ainda segundo o delegado Núbio Lopes, que conduziu as investigações, o termo “opressor” é utilizado no mundo do crime para se referir a qualquer agente de segurança pública ou de facção rival e que mesmo a morte de André tendo sido questionada pelos próprios detentos, isso não significa que não tenha havido comemoração entre eles.
Ainda de acordo com o delegado, um dia após o crime, “Matajunta” chegou a informar os comparsas, que a cadeia estava ” só os dentes”, expressão usada para demonstrar contentamento.
De volta ao caso, foi comprovado também, através de câmeras de segurança, que enquanto “Vitinho” fugia do local após assassinar André covardemente pelas costas, C. e “Matajunta”, que estavam em companhia das namoradas, saíram do local caminhando tranquilamente, até uma residência localizada na avenida Primeiro de Maio, onde se reencontraram com o assassino, que já os aguardava.
Ali foi devolvida a C. a arma usada no crime, tendo este saído do local em um táxi, onde proferiu a seguinte frase: “Aquele bombado não bate em mais ninguém…aquele macaco”, o que prova que de fato a intenção criminosa partiu de sua pessoa, aliciando juntamente com “Matajunta”, o menor para cometer o assassinato.
Diante de todas as informações levantadas, os envolvidos responderão por homicídio doloso duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima e pelo fato dela ser servidor público e ter morrido devido a sua função.
Já “Messi” que também foi preso acusado de ser o dono da arma de fogo usada no crime, responderá por homicídio simples, uma vez que apesar de ter emprestado a arma a C. ciente de que seria usada na prática de homicídio, não tinha conhecimento de quem seria a vítima.
Com isso, definitivamente as investigações foram concluídas e os envolvidos, que já se encontram todos presos, foram postos à disposição do poder judiciário.
Fonte: Folha do Sul